Jornal Correio Braziliense

Mundo

Conselho de Segurança da ONU condena ataque contra ônibus na Ucrânia

Onze civis foram mortos no leste separatista pró-russo

Nova York, Estados Unidos - O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou na terça-feira (13/1) o ataque contra um ônibus em que morreram 11 civis no leste da Ucrânia. Em um comunicado unânime, os 15 membros do Conselho, incluindo a Rússia, pediram uma investigação para que os responsáveis pelo ataque sejam levados ante a justiça.

Onze civis foram mortos na véspera no leste separatista pró-russo da Ucrânia, após um ônibus ser atingido por um ataque que visava uma barreira do exército ucraniano, o mais mortífero desde a declaração de uma trégua no dia 9 de dezembro. O ataque foi realizado perto da localidade de Bougas, e a barreira está localizada na estrada entre Donetsk, capital regional e reduto dos rebeldes, e Mariupol, às margens do Mar de Azov e última grande cidade no leste da Ucrânia sob o controle de Kiev.



Depois de um período de calma relativa desde a trégua de 9 de dezembro, o leste separatista voltou a registrar episódios de violência mortal no final da semana passada, enquanto os esforços para reavivar o processo de paz estão em um impasse. A missão de observação da OSCE para o leste da Ucrânia denunciou, por sua vez, em um comunicado um "aumento notável das violações do cessar-fogo" no leste.

Reunidos na noite de segunda-feira em Berlim para resolver suas divergências, os ministros das Relações Exteriores ucraniano, russo, alemão e francês não conseguiram fixar uma data para uma reunião sobre a Ucrânia no Cazaquistão, inicialmente anunciada por Kiev para 15 de janeiro.

O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, sugeriu que não estavam dadas as condições para uma cúpula entre os presidentes russo Vladimir Putin e ucraniano Petro Poroshenko com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande. Acusada pelos ucranianos e o Ocidente de armar os rebeldes pró-russos no leste e de enviar tropas, 7.500 soldados até o momento, de acordo com Kiev, a Rússia nega qualquer envolvimento no conflito que já deixou mais de 4.700 mortos em nove meses.