Sana- A organização Al-Qaeda no Iêmen reivindicou nesta quarta-feira (14/1) o atentado que dizimou em 7 de janeiro a redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo, afirmando ter agido por ordem de seu líder Ayman al-Zawahiri para "vingar" o Profeta Maomé.
"Os heróis foram recrutados e agiram; eles prometeram e passaram à ação para a grande satisfação dos muçulmanos", declarou no vídeo postado em um site islamita um dos líderes da Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), Nasser bin Ali al-Anassi. Ele fazia referência aos autores do atentado, os irmãos Kouachi, um dos quais disse pertencer ao grupo pouco depois do ataque em Paris.
A AQPA, que nasceu da fusão dos braços sauditas e iemenita da Al-Qaeda, é considerada por Washington como as filiais mais perigosas da rede extremista. Muito ativa no Iêmen, a AQPA também se distingue por atentados ou planos de atentados no exterior como a tentativa de explodir um avião em pleno voo no Natal de 2009.
"Nós, a Al-Qaeda na Península Arábica, reivindicamos a responsabilidade desta operação como vingança", declarou al-Anassi. Os serviços de inteligência americanos confirmaram a autenticidade do vídeo, segundo um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Funcionários dos serviços de segurança iemenitas, citados pela imprensa do Golfo, queixaram-se da falta de cooperação por parte dos franceses e americanos, dizendo que não foram informados que os irmãos Kouachi estavam sob vigilância. O Iêmen é um país à beira do caos, com a violência causada não só pela Al-Qaeda, mas também por milicianos xiitas que controlam a capital Sana desde setembro.