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Paquistão reabre escola atacada por talibãs e recebe John Kerry

O atentado, o mais sangrento da história do país, abalou profundamente o Paquistão, que é sacudido quase que diariamente por atentados

Peshawar, Paquistão - O secretário de Estado americano, John Kerry, chegou de surpresa nesta segunda-feira ao Paquistão e planeja, segundo fontes locais, visitar a escola que foi palco de um atentado talibã com 150 mortos e que foi reaberta para os alunos.

Kerry manterá reuniões com o governo para discutir sobre a política antiterrorista, mas não houve confirmação imediata do Departamento de Estado sobre a visita à escola.

Os alunos da cidade de Peshawar e do resto do país voltaram nesta segunda às aulas, felizes em sua inocência infantil, pela primeira vez desde o ataque talibã que, em dezembro, deixou 150 mortos, entre eles 134 crianças na escola da cidade do noroeste paquistanês.

O atentado, o mais sangrento da história do país, abalou profundamente o Paquistão, que é sacudido quase que diariamente por atentados. O atentado do dia 16 de dezembro contra a Escola Pública do Exército provocou comoção em um país já acostumado a altos índices de violência.

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Kerry, na época junto ao presidente Barack Obama, liderou a condenação mundial, considerando o ataque "arrasador". Peshawar, a capital da província de Khyber Pakhtunkhwa, é atacada regularmente por militantes islâmicos. Em função do ataque, as férias de inverno foram estendidas este ano para reforçar a segurança.

O chefe do Exército, general Raheel Sharif, recebeu junto a seus homens os alunos e suas famílias na entrada da escola atacada. A partir de agora, qualquer pessoa que tentar entrar no centro educativo deverá passar por um detector de metais.

As autoridades pediram às escolas de todo o país que permaneçam em alerta, construam muros e reforcem a presença de seguranças. Muitos pais em todo o país expressaram sua preocupação em relação de um novo ataque dos rebeldes.

Em função da matança na escola, o governo paquistanês intensificou seus ataques contra os talibãs paquistaneses, levantou a moratória sobre a pena de morte, aprovou a criação de tribunais militares para julgar casos de terrorismo e se comprometeu em melhorar sua cooperação com o vizinho Afeganistão.

Os atentados jihadistas da semana passada em Paris chamaram ainda mais a atenção da comunidade internacional sobre o perigo do extremismo.

"O compromisso de Kerry será crucial para avançar em nossa luta comum contra os combatentes extremistas", declarou um alto funcionário do departamento de Estado, acrescentando que o secretário de Estado presidirá uma reunião estratégica entre ambos os países durante sua visita.

Paquistão e Estados Unidos mantêm relações tumultuadas no âmbito da luta contra o jihadismo. Washington acusou Islamabad em várias ocasiões de praticar um "jogo duplo" na guerra contra terrorismo ao apoiar os "bons talibãs" que combatem no Afeganistão e agir contra os "maus talibãs" que enfrentam o governo paquistanês.

A colaboração entre Paquistão e Afeganistão é considerada crucial para apaziguar a região em um contexto de incertezas depois da saída dos soldados da Otan em dezembro, depois de 13 anos em solo afegão.