O escritor francês Michel Houellebecq "suspendeu a promoção" de seu livro "Soumission", acusado por seus críticos de veicular a islamofobia, após a morte de seus amigos no atentado ao jornal "Charlie Hebdo" - anunciou seu agente nesta quinta-feira.
Houellebecq se encontra "profundamente afetado pela morte de seu amigo Bernard Maris" no ataque, acrescentou seu agente.
O escritor "deixou Paris e foi para o campo, para a neve", informou sua editora, a Flammarion, confirmando uma notícia da "France Info".
Bernard Maris, economista de esquerda, morto ontem no ataque, aos 68 anos, admirava Houellebecq profundamente, vendo nele um analista lúcido do liberalismo. A admiração era tanta que chegou a lhe dedicar a obra "Houellebecq économiste", publicada no ano passado.
No dia do atentado, a capa do "Charlie Hebdo" mostrava, justamente, uma charge de Michel Houellebecq, além de dedicar várias páginas a seu último livro, publicado no mesmo dia da tragédia. O novo título conta a história de uma França governada por um partido muçulmano em 2022.
Hoje pela manhã, o escritor francês deu várias entrevistas para promover seu lançamento - como sempre, polêmico.
Antes de deixar Paris, ele conversou com Antoine de Caunes, do Canal %2b. A entrevista vai ao ar nesta sexta-feira, informou a editora Flammarion.
Depois do sucesso de "Partículas elementares" (1998), Houellebecq se instalou na Irlanda, onde viveu por vários anos, e depois voltou para Paris.
Segundo seu agente, François Samuelson, Houellebecq não conta com proteção policial.