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Presidente checheno ameaça milionário russo por apoiar Charlie Hebdo

"Se os jornalistas formam uma comunidade digna, então amanhã (quinta-feira) não deveria ter nenhuma publicação sem caricaturas do profeta", escreveu o russo Jodorkovski em sua conta no Twitter


O presidente checheno, Ramzan Kadyrov, qualificou nesta quinta-feira de "inimigo de todos os muçulmanos" o ex-oligarca e opositor russo Mikhail Jodorkovski, que pediu publicamente a publicação das caricaturas do semanário satírico francês Charlie Hebdo, alvo de um atentado que matou 12 pessoas na véspera, em Paris.

Kadyrov, protegido do presidente russo, Vladimir Putin, assegurou igualmente que o milionário, exilado na Suíça, "também é meu inimigo pessoal", mediante uma mensagem em sua conta no Instagram. "Por seus atos estúpidos, Jodorkovski pôs em risco seu futuro. E se tornou inimigo de todos os muçulmanos do mundo", disse o dirigente polêmico, que chefia a república do Cáucaso com mão de ferro.

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"Estou certo de que em sua querida Suíça, haverá milhares de cidadãos respeitosos com a lei, que pedirão contas a este criminosos em fuga. Com toda a segurança, esta exigência será dura e se fará sentir", acrescentou. Jodorkovski, que mora no exílio, após ter passado dez anos preso na Rússia, pediu nesta quarta-feira aos jornalistas do mundo inteiro publicar as caricaturas do Charlie Hebdo, em particular as que zombavam do profeta Maomé, e que lhe renderam ameaças de morte a partir de 2006.

Charlie Hebdo foi assaltado por dois homens encapuzados e armados que mataram 12 pessoas, entre elas cinco cartunistas e jornalistas, no pior atentado cometido em décadas na França. "Se os jornalistas formam uma comunidade digna, então amanhã (quinta-feira) não deveria ter nenhuma publicação sem caricaturas do profeta", escreveu Jodorkovski em sua conta no Twitter.