A revista anunciada no site é de 19 de setembro de 2012. A capa traz Maomé sentado em uma cadeira de rodas, acompanhado por um judeu. No balão de fala relacionado a ambos os personagens, a frase ;Ne faut pas se moquer; (É proibído zombar). No topo da imagem, o título ;Intouchables 2; (Intocáveis 2), em referência ao filme de Eric Toledano e Olivier Nakache. O longa francês alcançou recorde de bilheteria no país e conta a história de um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico e recebe os cuidados de um rapaz problemático.
Outra edição polêmica que traz uma charge de Maomé falando "100 chicotadas se você não morrer de rir", publicada em 2011, no dia em que a sede da revista foi incendiada, é anunciada por US$ 499 o equivalente a R$ 1,3 mil. No site de vendas, os vendedores informam que as publicações são novas e raras. Os anunciantes são da França, Alemanha e Rússia.
Um pequeno papel com o desenho do editor-chefe da Charlie Hebdo, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, pode ser comprado por pouco mais de R$ 500. Na página da web, o vendedor ressaltou que o jornalista foi assassinado ontem em um ataque terrorista.
Em um leilão promovido nesta quinta-feira (8/1), o último número da revista chegou a receber um lance de R$ 3.200. Até a homenagem que o consagrado artista de rua britânico Banksy fez aos colegas de Paris foi parar em uma camiseta, comercializada a R$ 63.
Outros artigos em referência ao ataque também já são vendidos na web, a preços salgados. Os produtos vão desde chaveiros e pingentes a fronhas para almofadas. Um adesivo para carro chega a custar R$ 219.
1 milhão de cópias
A próxima edição da revista Charlie Hebdo será publicada na quarta-feira (14/1). Patrick Pelloux, um dos cronistas, fez o anúncio: "Vamos seguir, decidimos voltar a sair na próxima semana. Estamos todos de acordo. Vamos fazer em casa". Geralmente, a revista sai com 60 mil exemplares, mas desta vez estarão disponíveis 1 milhão de cópias.