O movimento alemão anti-Islã Pegida anunciou, nesta quarta-feira, que o atentado contra o semanário francês "Charlie Hebdo" confirma sua tese, assegurando em sua página no Facebook que o ataque ilustra a incompatibilidade dos islamitas "com a democracia".
"Os islamitas, contra os quais o Pegida alerta há mais de 12 semanas, demonstraram hoje na França, que são simplesmente incompatíveis com a democracia" e que "recorrem à violência e à morte como solução", publicou o movimento no site de relacionamento.
"Mas nossos políticos nos querem fazer crer o contrário. É preciso esperar que uma tragédia deste tipo aconteça na Europa?", questionou a organização, em reação ao ataque à publicação satírica cometido pelos dois homens armados, aos gritos de "Alá é o maior", que matou 12 pessoas.
[SAIBAMAIS]Pegida, acrônimo em alemão de "Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente", foi ganhando volume desde sua criação, no outono no hemisfério norte. Em seu reduto, em Dresden, conseguiu reunir 18.000 manifestantes, embora não tenha tido sucesso fora do país e, no restante da Alemanha, tenha perdido alcance.
O movimento conta com o apoio de certos dirigentes da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido populista e anti-euro que ganha terreno na cena política alemã há um ano e meio.
Nesta quarta-feira, um de seus dirigentes, Alexander Gauland, viu no atentado em Paris uma justificação à tese do Pegida: "todos os que, até agora, ignoraram, ou zombaram, da inquietação das pessoas que viam no islamismo uma ameaça, acabam de ser desmentidos pelos fatos".
Na noite desta quarta-feira, o Pegida prestou homenagem às vítimas de Charlie Hebdo colocando um laço preto em sua página no Facebook, com a inscrição "Nossa simpatia mais profunda com as famílias das vítimas do atentado de Paris".
Para as manifestações previstas para a próxima segunda-feira na capital da Saxônia, o movimento convocou seus partidários a usarem um laço preto em sinal de luto.