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EUA, UE e dirigentes condenam ataque contra a liberdade de expressão

A Liga Árabe e Al Azhar, principal autoridade sunita, condenaram igualmente o ocorrido

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O ataque desta quarta-feira em Paris contra a revista francesa Charlie Hebdo, que publicou há alguns anos caricaturas de Maomé, foi condenado em todo o mundo como um ato de terrorismo contra a liberdade de expressão.

Doze pessoas morreram na sede da publicação quando homens armados realizaram o ataque, antes de fugir.

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"Atacar uma redação com armas pesadas é o tipo de violência que vemos em Iraque, Somália ou Paquistão", declarou diante da sede da revista Christophe Deloire, secretário-geral da organização internacional de defesa da imprensa Repórteres Sem Fronteiras.

"Mas podíamos esperar viver este horror na França? Este pesadelo se tornou real. Este ataque terrorista é um dia negro na história do nosso país", acrescentou Deloire. O presidente Barack Obama não demorou a condenar energicamente o ataque.

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"Nosso pensamento e orações estão com as vítimas deste ataque terrorista e com o povoi da França neste momento difícil", afirmou o presidente em uma nota oficial. Pouco antes, a Casa Branca também condenou o atentado "nos termos mais fortes".

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A presidente Dilma Rousseff classificou de ato de barbárie intolerável e expressou sua solidariedade para com o presidente e o povo franceses. Também criticou o "inaceitável ataque à liberdade de imprensa".

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, por sua vez, criticou o que chamou de "um ato intolerável, uma barbárie".

"Estou profundamente consternado com o ataque brutal e desumano contra a redação da Charlie Hebdo. É um ato intolerável, uma barbárie que questiona a todos nós como seres humanos e europeus", afirmou Juncker em um comunicado.

A Liga Árabe e Al Azhar, principal autoridade sunita, condenaram igualmente o ocorrido.

Al Azhar lamentou o ataque, que classificou de criminoso, e destacou que "o Islã denuncia qualquer tipo de violência", enquanto que a organização árabe, com sede no Cairo, condenou o que chamou de atentado terrorista.

O Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) da mesma forma condenou o atentado de inspiração islamita.

"Este ato bárbaro de uma extrema gravidade também é um ataque contra a democracia e a liberdade de imprensa", afirma em nome dos "muçulmanos da França" esta instância representativa da comunidade muçulmana mais numerosa da Europa, formada por entre 3,5 e 5 milhões de pessoas.

Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu com revolta à notícia e expressou solidariedade com a França na luta contra o terrorismo.

"Os assassinatos em Paris são revoltantes. Estamos ao lado do povo francês na luta contra o terrorismo e na defesa da liberdade de imprensa", declarou Cameron em sua conta no Twitter. A chefe do governo alemã, Angela Merkel, definiu o atentado como abominável.

"Um ataque que ninguém pode justificar contra a liberdade de imprensa e de opinião, um fundamento de nossa cultura livre e democrática", afirmou em um comunicado.

O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, disse estar "horrorizado com este bárbaro ato terrorista cometido na França", em declarações em sua conta no Twitter.

Já o presidente russo, Vladimir Putin condenou "energicamente o terrorismo em todas as suas formas", de acordo com seu porta-voz, Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias TASS, acrescentando que Putin expressou suas condolências aos franceses.

O ministro da Cultura turco, Omer Celik, disse à CNN-Türk que "é um atentado contra a humanidade" e pediu que o islã não seja relacionado a estes atos.

"Rejeitou qualquer identificação do islã com este ato covarde. Não podemos defender o islã com este massacre. O ataque tem por objetivo reforçar a percepção negativa que pesa sobre estrangeiros e muçulmanos no clima que reina na Europa, onde a islamofobia e o racismo aumentam".

O governo da Espanha, através do ministério das Relações Exteriores, expressou sua mais "enérgica condenação".

"A Espanha aposta hoje com mais força do que nunca pela liberdade de imprensa como um direito fundamental e irrenunciável", declarou. "A Espanha reitera sua repulsa categórica ante qualquer tipo de ato terrorista", acrescentou.

Já o chefe do governo italiano, Matteo Renzi, escreveu no Twitter: "horror e consternação pelo massacre de Paris, proximidade total com (o presidente francês François) Hollande neste momento terrível, a violência sempre perderá para a liberdade". A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, também disse estar horrorizada.

"Meu pensamento está com as famílias das vítimas e dos feridos. Também é um ataque contra a imprensa e contra a liberdade de expressão", afirmou.

"A comunidade internacional não pode deixar que os extremistas semeiem o terror e impeçam a livre circulação das opiniões e ideias", acrescentou Bokova.



A Charlie Hebdo, uma revista satírica, havia recebido ameaças por reproduzir as polêmicas caricaturas de Maomé originalmente publicadas na Dinamarca e que provocaram uma tempestade no mundo muçulmano. A primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, também condenou o ataque.

"A sociedade francesa, como a nossa, é aberta, democrática e se baseia em uma imprensa livre e crítica. São valores enraizados em todos nós que precisam ser protegidos", explicou.