Jerusalém- Um tribunal militar israelense condenou, nesta terça-feira (6/1), à prisão perpétua um militante palestino por ter organizado em junho o sequestro e o assassinato de três adolescentes israelenses.
Hossam Qawasme também foi condenado a pagar uma indenização de 250.000 shekels (63.000 dólares) aos familiares de cada uma das vítimas, sequestradas no dia 12 de junho perto de uma colônia judaica na Cisjordânia ocupada, informou à AFP um advogado presente na audiência.
O sequestro e o assassinato dos adolescentes israelenses Naftali Frenkel, Eyal Yifrah e Gilad Shaer desencadeou uma onda de violência entre palestinos e israelenses que levou o exército de Israel a invadir a Faixa de Gaza em julho de 2014.
No dia 8 de julho, as autoridades israelenses lançaram a operação "Barreira de Proteção" na Faixa de Gaza para deter o lançamento de foguetes do Hamas. A ação, que durou 50 dias, deixou quase 2.200 palestinos mortos, na maioria civis, e mais de 70 do lado israelense.
No dia 23 de setembro, o exército israelense matou em Hebron outros dois palestinos, Marwan Qawasmeh e Amer Abu Eisheh, suspeitos de terem participado do sequestro e assassinato dos jovens. Hossam Qawasmeh, 41 anos e tio de Marwan Qawasmeh, foi preso em julho e apresentado como o autor intelectual da operação.
O tribunal afirmou que Hossam Qawasmeh foi considerado culpado por organizar o atentado com Marwan Qawasmeh e Amer Abu Eisheh. Ele teria obtido um financiamento através de uma fonte do Hamas em Gaza. Esta fonte seria seu irmão Mahmud, de acordo com os investigadores israelenses.
Os corpos dos adolescentes israelenses só foram encontrados em 30 de junho. Israel realizou uma vasta campanha de prisões na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, detendo cerca de dois mil palestinos.
Também acusou o movimento islamita palestino Hamas de estar por trás dos sequestros e assassinatos. O Hamas saudou a ação de Qawasmeh, mas desmentiu ter ordenado o crime, apesar de os envolvidos serem membros do grupo.