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Nasceu Gema, bebê símbolo da reconciliação entre Cuba e EUA

Hernández, pai de Gema, foi preso nos EUA em 1998, sob acusações de espionagem e foi condenado a duas penas de prisão perpétua e outra de mais de 15 anos

Havana- Gema, a filha de um dos agentes cubanos libertados há 20 dias no âmbito da histórica reconciliação entre Estados Unidos e Cuba, nasceu nesta terça-feira (6/1) em Havana, após ser concebida por inseminação artificial, enquanto seu pai estava preso, anunciaram meios de comunicação cubanos.

"Às 8h30 da manhã deste 6 de janeiro, nasceu, em Havana, Gema Hernández Pérez, filha de Gerardo Hernández Nordelo e Adriana Pérez O;Connor, a mulher que esperou mais que Penélope pelo herói da Pátria e de sua vida", destacou o portal governista Cubadebate.

Segundo o portal, a criança, concebida durante o período em que Hernández esteve preso, mediante uma inseminação artificial facilitada pelo governo americano, nasceu de cesariana pesando pouco mais de três quilos e é "muito linda".

[SAIBAMAIS]Hernández foi preso nos Estados Unidos em 1998, sob acusações de espionagem e foi condenado a duas penas de prisão perpétua e outra de mais de 15 anos. Ele fazia parte de um grupo de cinco agentes cubanos, dois dos quais foram soltos em 2013 e 2014, após cumprirem suas penas.

Ele e outros dois agentes foram libertados e enviados a Cuba em 17 de dezembro, como parte de uma troca de presos entre os dois países, ao ser anunciado um processo de normalização das relações diplomáticas bilaterais, após mais de meio século de inimizade.

O porta-voz do Departamento de Estado, Patrick Rodenbush, confirmou em 23 de dezembro "que os Estados Unidos facilitaram um pedido da senhora Hernández de ter um bebê com seu marido", a quem só pôde visitar na prisão uma única vez em 16 anos, e que o intermediário desta solicitação foi o senador democrata americano Patrick Leahy.



Em declaração divulgada no mesmo dia, Leahy confirmou a história e contou que sua própria esposa, Marcelle, uma enfermeira profissional, acompanhou o procedimento de inseminação artificial, que exigiu duas tentativas e foi pago pelo Estado cubano.

"Foi a coisa mais humana que podíamos fazer e o faríamos por qualquer outra pessoa. Estamos contentes de que tenha funcionado", disse Leahy na ocasião. "A solidariedade e o amor de todos ajudaram a tornar realidade esta gravidez e o sonho (do casal) de ter sua filha, Gema, como testemunho da perdurabilidade de seu amor", noticiou o jornal oficial cubano Granma ao anunciar o nascimento.