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Número total de mortos por ebola passa de oito mil, segundo OMS

A epidemia afeta, principalmente, Serra Leoa, Libéria e Guiné

Genebra- O número de mortos pela epidemia de ebola que assola a África Ocidental chega a 8.153 pessoas, do total de 20.656 casos registrados - de acordo com último boletim divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta segunda-feira (5/1). A epidemia afeta, principalmente, Serra Leoa, Libéria e Guiné.

A OMS informou que também foram registradas 15 vítimas fatais em outros países: seis, no Mali; uma, nos Estados Unidos; e oito na Nigéria. Esse balanço se mantém estável há semanas. Serra Leoa permanece como a nação mais duramente atingida pela epidemia, com 9.772 casos registrados até 3 de janeiro último e 2.915 óbitos.

Na Guiné, a epidemia provocou 2.769 casos e deixou 1.767 mortos até 3 de janeiro. O primeiro foco da doença foi anunciado neste país, há um ano. Até 31 de dezembro passado, a Libéria registrava 8.115 infectados e 3.471 mortos. Ao longo do surto da doença, esse território chegou a ser a área mais afetada, registrando uma queda na propagação do vírus.

Nesta segunda-feira (5/1), o Ministério liberiano da Educação informou que as escolas do país, fechadas desde agosto de 2014 por causa da epidemia, devem reabrir em fevereiro. A Federação de Futebol decretou, por sua vez, a retomada imediata das competições.

"Pedimos a todas as escolas que tomem as medidas necessárias para a retomada das aulas do próximo semestre, ou seja, em fevereiro", afirma a nota oficial divulgada pela imprensa local, solicitando aos estabelecimentos que se preparem em termos de material sanitário.

Com um caso registrado em cada um, Espanha e Senegal foram declarados livres do vírus. Na Grã-Bretanha, uma enfermeira que voltou de Serra Leoa se debate entre a vida e a morte. Outros dois funcionários da área de Saúde, que também voltaram desse país africano, foram colocados em observação nos Estados Unidos e na Alemanha.

A OMS estima em 678 o total de trabalhadores de saúde contaminados, com 382 óbitos nessa categoria - segundo dados da OMS de 28 de dezembro.

EUA liberam Mali de controle extra

A partir desta terça-feira, 6 de janeiro, os viajantes que chegarem aos Estados Unidos procedentes do Mali não precisarão mais se submeter ao controle reforçado para a detecção de possíveis sintomas do Ebola - anunciaram as autoridades americanas nesta segunda.

"O Mali será retirado, a partir de terça (6/1), da lista dos países afetados pelo ebola, cujos viajantes são sujeitos a controles reforçados na entrada dos Estados Unidos", informou a nota divulgada pelos Centros de Controle e de Prevenção de Doenças (CDCs) e pelo Departamento americano de Segurança Interna.

"Os viajantes procedentes do Mali não serão mais obrigados a se submeter à revista completa e ao monitoramento ao entrarem nos Estados Unidos. Eles não serão mais obrigados a entrar por um dos cinco aeroportos designados, que estão equipados para fazer esses controles", acrescenta o comunicado.

Desde o início de outubro, Washington passou a adotar controles reforçados para passageiros de países da África Ocidental que desembarcassem em cinco dos maiores aeroportos americanos - JFK (Nova York), Newark (Nova Jersey), Dulles (perto da capital federal, Washington, DC) e os aeroportos internacionais de Atlanta e de Chicago.



Na terça-feira (6/1), terminam os dois períodos de incubação, de 21 dias cada, desde que o último paciente contaminado por ebola no Mali teve contato com uma pessoa sem equipamentos de proteção - explicaram as autoridades americanas. O último paciente no Mali que deu negativo para teste de ebola remonta a 5 de dezembro de 2014. Não houve novos casos no país.

Os casos de ebola registrados na capital malinesa, Bamako, estavam ligados à epidemia que assola Guiné, Libéria e Serra Leoa. As medidas de controle reforçado para entrar nos Estados Unidos continuam em vigor para todos os viajantes provenientes desses três últimos países, destacaram as autoridades.