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Estação ferroviária em Madri é esvaziada por falso alerta terrorista

A estação de Atocha, a maior da capital espanhola, foi palco de atentados islamitas em 11 de março de 2004 que deixaram 191 mortos

Madri - A estação de Atocha de Madri, palco dos atentados de 11 de março de 2004, foi evacuada nesta sexta-feira depois que um homem ameaçou detonar explosivos, que por fim não carregava, informou a polícia espanhola.

Um porta-voz do corpo de segurança indicou que havia sido ativado o protocolo por ameaça terrorista e que um homem que "dizia que iria explodir um artefato na mochila que carregava" foi detido, mas "foi comprovado que não havia nenhum artefato" ali.

A polícia inspecionou o trem e as linhas e não encontrou nada relevante, e o tráfego ferroviário foi retomado às 11H30 local (08H30 Brasília), cerca de duas horas após o incidente.

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O ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, descartou qualquer ligação do homem detido com redes extremistas: "não há nada sobre supostas ou possíveis ligações com redes islâmicas ou radicais".

Segundo Díaz, o homem está sob tratamento psiquiátrico desde 2013 e foi internado durante uma semana em dezembro devido ao problema.

Uma jovem entrevistada pela TV espanhola explicou como o homem apavorou os passageiros de um trem urbano entre Alcalá de Henares e Atocha, após entrar no vagão a cerca de 500 metros da estação central de Madri. "O trem seguia tranquilamente quando entrou este senhor, com algo na mão, dizendo que iria se matar. Acreditei que ele carregava uma pistola, já que tinha a mão dentro do casaco", explicou a jovem. "Ele disse que ia se matar e que não iria só", o que levou os passageiros a ativar o sistema de saída de emergência e todos saltaram do vagão, revelou a jovem.

Um oficial dos serviços de socorro SAMUR estimou que "as pessoas estão um pouco nervosas, lembram o que aconteceu e se assustam", em referência aos ataques de 11 de março de 2004 que provocaram 191 mortos e mais de 2 mil feridos em quatro trens que seguiam para Atocha, incluindo um procedente de Alcalá de Henares.

Os ataques, reivindicados por um grupo ligado à Al-Qaeda, comoveram e surpreenderam a sociedade espanhola, mais habituada aos atentados da organização separatista basca ETA.