Os Estados Unidos expressaram nesta quarta-feira (31/12) sua preocupação pela prisão de vários dissidentes em Cuba, duas semanas após o histórico anúncio de Washington e Havana de normalização das relações. "Estamos profundamente preocupados com as últimas informações de detenções por parte das autoridades cubanas de membros pacíficos da sociedade civil e de ativistas", disse em um comunicado o departamento de Estado.
É o primeiro atrito entre Washington e Havana desde que Barack Obama e Raúl Castro anunciaram em 17 de dezembro negociações para normalizar as relações plenas entre os dois países, que começarão em janeiro. "Condenamos fortemente a perseguição contínua do governo cubano e o recurso repetido à detenção arbitrária, às vezes com violência, para silenciar os críticos, perturbar as reuniões pacíficas e a liberdade (de) expressão, e intimidar cidadãos", acrescentou o departamento de Estado em seu comunicado.
[SAIBAMAIS]Forças de Segurança de Cuba detiveram ou colocaram sob prisão domiciliar na terça-feira vários dissidentes, entre eles a artista Tanis Bruguera, que havia organizado a realização de uma performance pública na praça da Revolução de Havana.
"Muitas pessoas foram detidas em casa e outras foram colocadas em prisão domiciliar" para impedir que participassem da performance pública, explicou Elizardo Sánchez, líder da ilegal, embora tolerada, Comissão Cubana de Direitos Humanos. Sánchez disse que tinha "10 nomes verificados de detidos" e advertiu que o número pode ser maior.