Jornal Correio Braziliense

Mundo

China pagará 265 mil euros para pais de jovem executado por engano

O adolescente de origem mongol foi condenado à morte por um estupro seguido de assassinato. Nove anos depois, outro homem reconheceu ter sido o autor do crime

Um tribunal chinês anunciou nesta quarta-feira (31/12) que pagará 2 milhões de iuanes (265 mil euros) aos pais de um jovem de 18 anos executado em 1996 por um crime que não cometeu.

O montante exato da soma oferecida como indenização pelo erro judicial é de 2.059.621,40 iuanes, informou o tribunal em um comunicado, sem explicar o sistema de cálculo. Este caso é pouco comum porque é muito raro que a instituição judicial admita erros.

O adolescente de origem mongol, de nome Hugjiltu, foi condenado à morte por um estupro seguido de assassinato, em sua região do interior da Mongólia, razão pela qual foi executado. Em 2005 outro homem reconheceu ter sido o autor deste crime. A família do adolescente travou uma luta durante dez anos para que um novo julgamento fosse realizado.

Finalmente, em 15 de dezembro a situação mudou: os fatos e provas que motivaram o veredicto do julgamento inicial "eram insuficientes e não eram determinantes o bastante", declarou o alto tribunal popular da cidade de Hohhot, após o novo julgamento. Os policiais que trataram o caso foram investigados, indicou a imprensa na ocasião.



Os testemunhos fornecidos na época pelo acusado "são incompatíveis com o relatório da necropsia" da vítima, acrescentou o tribunal, anunciando finalmente: "Hugjiltu é declarado inocente". O sistema judicial chinês, submetido à autoridade do Partido comunista, comete abusos com frequência.