O general Miguel Dalmao, que em 2010 foi o primeiro general em atividade condenado por crimes cometidos durante a última ditadura uruguaia (1973-1985), morreu nesta segunda-feira - informou o jornal El Observador.
Dalmao estava internado no Hospital Militar por problemas respiratórios, disse o jornal.
Quando foi preso em 2010, no início do julgamento, Dalmao era chefe da IV Divisão do Exército e havia sido o primeiro militar alçado a general durante o governo do socialista Tabaré Vázquez (2005-2010).
O general foi condenado em maio de 2013 a 28 anos de prisão como "autor penalmente responsável por um crime de homicídio muito agravado" pela morte da militante comunista Nibia Sabalsagaray, capturada em 29 de junho de 1974 por funcionários militares e levada ao Batalhão de Transmissões N; 1, onde o então alferes (ndlr: o menos graduado dos oficiais subalternos) Dalmao estava a cargo da área da chamada "luta antissubversiva".
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[SAIBAMAIS]Segundo a versão oficial da ditadura, Sabalsagaray se enforcou em sua cela, onde foi encontrada sem vida. Mas o juiz adotou a versão da promotoria, que sustenta que ela morreu vítima de torturas no decorrer de um interrogatório.
A morte do general ocorre em meio à polêmica reavivada nos últimos dias sobre se os militares presos por crimes cometidos durante a ditadura - cerca de 15 - devem passar seus últimos dias na prisão.
O presidente José Mujica se manifestou em várias ocasiões favorável à prisão domiciliar para os réus maiores de 70 anos, o que incluiria os presos por violação dos direitos humanos durante a ditadura. Sua ideia é criticada por diversos líderes da esquerda uruguaia e organizações de direitos humanos.