Atenas - Os deputados gregos devem optar nesta segunda-feira, a partir das 10h GMT (08h de Brasília), entre eleger como presidente da república o candidato do governo ou, caso isso não aconteça, provocar eleições legislativas antecipadas, que podem dar a vitória ao Syriza, um partido da esquerda contrário à austeridade.
A partir do meio-dia local, os 300 deputados cumprirão, pela terceira e última vez, com o rito eleitoral: ao serem chamados pelo nome, ficarão de pé e responderão "Stavros Dimas" ou "presente".
No primeiro caso votarão a favor de Dimas para presidente, e no segundo expressarão uma rejeição ao candidato, mas, sobretudo, à política de austeridade aplicada desde 2010 pelo primeiro-ministro conservador Antonis Samaras à frente de um governo de coalizão com os socialistas.
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Para ser eleito e suceder em março o presidente Carolos Papoulias, Stavros Dimas deve obter 180 votos de um total de 300 deputados. Diante do resultado das duas primeiras votações a missão parece quase impossível.
No primeiro turno, em 17 de dezembro, Dimas obteve 160 votos, e no segundo, em 23 de dezembro, 168 votos, apesar da promessa do primeiro-ministro conservador, Antonis Samaras, de adiantar para o fim de 2015 as legislativas previstas para junho de 2016.
Segundo fontes governamentais citadas pela imprensa, parece pouco provável que o candidato do governo consiga somar nesta segunda-feira os 12 votos que faltam.
Se fracassar em eleger um novo presidente, o Parlamento será dissolvido em um prazo de dez dias, e serão convocadas eleições legislativas antecipadas para 25 de janeiro ou 1; de fevereiro.
No sábado, em um discurso televisionado, Samaras parecia resignado às eleições antecipadas nas quais, disse, espera vencer. "Fiz e continuo fazendo tudo o que está ao meu alcance para evitar" eleições antecipadas, disse Samaras, que convocou os deputados a "afastar o país de uma nova crise".
Duas pesquisas de opinião sobre eventuais eleições antecipadas publicadas no domingo confirmaram o Syriza à frente do partido conservador Nova Democracia de Samaras. O Syriza obtém 27,2% das intenções de voto, contra 24,7%, na pesquisa do Kapa Research para To Vima, e 28,3% contra 25% na de Alko para Proto Thema.
No entanto, paralelamente, cerca de seis gregos em cada dez afirmam que não querem eleições antecipadas no contexto econômico atual. Já 44,1% dos interrogados consideram que Samaras é o mais apto para governar o país, contra 34,4% que se inclinam por Alexis Tsipras, o líder do Syriza. Uma eventual vitória do Syriza preocupa os credores da Grécia.
O país tem uma dívida externa equivalente a 175% de seu PIB, que o Syriza deseja reduzir. Tsipras afirmou no sábado que a primeira coisa que fará se chegar ao governo será "solucionar a crise humanitária" do país, através de medidas que deverão ser negociadas.