Bari - As autoridades marítimas italianas, gregas e albanesas tentavam resgatar 200 pessoas que continuavam na manhã desta segunda-feira a bordo de um ferry incendiado na véspera no mar Adriático com 478 passageiros. O incidente deixou um morto, um passageiro de origem grega, que caiu no mar no momento em que embarcava em um bote.
Até as 06h (03h de Brasília), os helicópteros e as embarcações mobilizadas nas operações de resgate haviam socorrido 290 pessoas do "Norman Atlantic", indicou a marinha italiana.
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Outras 188 ainda permaneciam na embarcação em meio a um mar agitado, ao frio e à fumaça do fogo já extinto. Os primeiros passageiros resgatados chegaram na madrugada desta segunda-feira ao porto italiano de Brindisi (sudeste), situado a 40 milhas (75 quilômetros) da posição estimada do ferry no mar Adriático.
[SAIBAMAIS] As autoridades marítimas italianas, que coordenam os trabalhos de socorro, e as autoridades gregas acordaram se revezar para socorrer os passageiros, de 26 nacionalidades diferentes.
Além disso, Roma mobilizou quatro rebocadores com o objetivo de conduzir o "Norman Atlantic" a Brindisi, quando a evacuação dos passageiros e dos membros da tripulação tiver terminado. O barco também pode ser levado à Albânia, país situado a uma distância menor, se for necessário.
O porta-contêineres "Spirit de Piraeus", de bandeira cingapuriana, com 49 pessoas resgatadas a bordo, chegou por volta das 06h GMT (04h de Brasília) ao porto de Bari. O "Spirit de Piraeus" havia tentado alcançar o porto de Brindisi, mas as fortes ondas impediram qualquer manobra de aproximação, razão pela qual foi desviado a Bali, 100 km ao norte.
"A situação é boa" para essas pessoas, em sua maioria gregas, disse o prefeito de Bari, Antonio Nunziante, interrogado pela rede de televisão italiana SkyTG24. "A noite será longa", disse em um tuíte na noite de domingo o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
O fogo foi declarado na madrugada de domingo na área reservada aos veículos da embarcação, assolada por fortes ventos e ondas. Os passageiros, muitos deles italianos e turcos, haviam partido do porto grego de Patras (sudoeste) rumo a Ancona (leste da Itália).
Um avião C-130 do exército grego chegou na madrugada desta segunda-feira à cidade italiana de Lecce para recolher os gregos socorridos do "Norman Atlantic", indicou o ministério da Defesa.
Tendas em Brindisi
Em Brindisi, os membros da defesa civil e de outros serviços de socorro ergueram tendas no terminal de passageiros do porto para acolher as pessoas resgatadas.
Por volta da 01h00 GMT desta segunda-feira (23h00 de Brasília), enquanto o ferry se encontrava a 40 milhas náuticas de Brindisi, a polícia portuária grega indicou que os helicópteros suspenderam suas operações e que os passageiros eram levados a uma embarcação da marinha italiana. No entanto, o mau tempo obrigou a paralisar pouco depois esta transferência, disse.
A companhia grega Anek fretou este ferry, de bandeira italiana e construído em 2009, que havia passado com êxito por uma inspeção em 19 de dezembro. Segundo o armador italiano, havia sido detectado um problema em uma das portas corta-fogo situada na ponte número 5, precisamente onde o incêndio foi declarado, indicou o grupo Visenti, citado pela agência Ansa.
A bordo viajam principalmente gregos (268), turcos (54), italianos (44), albaneses (22), alemães (18), suíços (10) e franceses (10), mas também havia russos, austríacos, britânicos e holandeses.
"Todos estamos na ponte, estamos molhados, temos frio, tossimos por causa da fumaça, há mulheres, crianças e idosos", havia indicado com voz cansada Giorgos Styliaras, um dos passageiros interrogados por telefone pelos meios de comunicação gregos.