Morelia - Um dos principais líderes das autodefesas do México foi detido no sábado, sem apresentar resistência, junto a 26 de seus seguidores por um tiroteio no qual seu filho e outras 10 pessoas morreram, informaram autoridades à AFP.
Um juiz ditou ordem de prisão "por provável homicídio" contra o líder Hipólito Mora e outras 55 pessoas que supostamente participaram de um tiroteio no dia 16 de dezembro em La Ruana, uma pequena comunidade de 10.000 pessoas do estado de Michoacán (oeste), declarou uma fonte da equipe do comissário do governo federal para a segurança, Alfredo Castillo.
Mora, um agricultor que organizou no início de 2013 um dos grupos de autodefesas de La Ruana, e o resto dos detidos foram levados a uma prisão de Morelia, capital desse estado.
Ali permanecerão até que um juiz determine sua situação nos próximos dias, disse à AFP Victorino Porcayo, vice-procurador do Ministério Público de Michoacán.
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"Em nenhum momento apresentou resistência", declarou Porcayo ao se referir a Mora, um dos primeiros habitantes de Michoacán a organizar seus vizinhos para se defender dos ataques do cartel Os Cavaleiros Templários.
No tiroteio de La Ruana, localizada a 550 km da Cidade do México, seis seguidores de Mora morreram, entre eles seu filho mais velho, e cinco de Antonio Torres, "El Americano", líder do grupo de autodefesa rival contra quem também existe ordem de prisão e que está foragido.
Os dois líderes se acusam mutuamente de ser integrantes de cartéis de drogas.
Mora esteve preso de março a abril deste ano pela morte de dois seguidores de "El Americano" e foi libertado por falta de provas.
Antes de sua detenção, Mora expressou sua disposição para colaborar nas investigações.
A organização de autodefesas se replicou em diversas comunidades rurais de Michoacán, motivando o governo federal a lançar uma ampla operação na região.
Em maio, a administração do presidente Enrique Peña Nieto tentou institucionalizar estas milícias incorporando centenas de seus membros a um corpo legal denominado Força Rural.
Tanto Mora quanto Torres aceitaram se alistar, embora "El Americano" tenha se integrado a um comando especial denominado G-250, focado na busca de integrantes do grupo Os Cavaleiros Templários, e que foi dissolvido em 15 de dezembro.
Michoacán é vizinho do também violento estado de Guerrero (sul), onde ocorreu o suposto massacre de 43 estudantes em setembro, que comoveu o país.