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França reforça segurança preocupada com ataques em lugares públicos

O primeiro-ministro francês Manuel Valls anunciou a mobilização de 200 a 300 militares adicionais durante o período das festas de fim de ano

Saint-Pierre- A França anunciou nesta terça-feira (23/12) a morte clínica de uma das pessoas que ficou ferida quando um homem na véspera jogou sua van contra um grupo de pessoas, em um novo ataque que levou as autoridades a reforçar as medidas de segurança.

O primeiro-ministro francês Manuel Valls anunciou a mobilização de 200 a 300 militares adicionais durante o período das festas de fim de ano em resposta aos ataques dos últimos três dias na França. Esses efetivos se somarão aos 780 militares já mobilizados dentro do plano Vigipirate.

"As patrulhas da polícia e da gendarmeria serão reforçadas com prioridade nos pontos de alta frequência: zonas comerciais, centro das cidades, estações ferroviárias e terminais de ônibus", afirmou Valls. Esse anúncio foi feito antes de divulgada a informação da morte clínica de umas das vítimas do atropelamento coletivo em Nantes (oeste).

[SAIBAMAIS]"Acabo de me inteirar que houve um falecimento em Nantes", chegou a declarar o presidente François Hollande, para depois seus assessores esclareceram que se tratava da morte clínica de uma das pessoas feridas no incidente. "Os franceses têm de continuar fazendo o que precisam fazer, preparar o Natal e fazer isso em solidariedade para com as vítimas e suas famílias", insistiu o presidente.

"Estamos determinados, vigiando e lutando contra o fanatismo e o terrorismo", assegurou. Os ataques de sábado, domingo e segunda-feira deixaram 26 feridos. No sábado (20/12), em Joué-les-Tours (centro-oeste), três policiais ficaram feridos a facadas por um homem que acabou abatido pela polícia.

No domingo (21/12), em Dijon (centro-leste), um motorista com transtornos psicológicos atropelou deliberadamente um grupo de pedestres, deixando 13 feridos. Já na segunda-feira (22/12), outro motorista jogou sua van contra uma feirinha natalina do centro da cidade de Nantes, ferindo ao menos 11 pessoas, cinco delas gravemente.

O motorista do automóvel também ficou gravemente ferido. Segundo um dos policiais, o agressor esfaqueou a si mesmo nove vezes. Até o momento, nada indica que tenha sido uma manifestação extremista, segundo as fontes consultadas pela AFP.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, garantiu se tratar apenas de um indivíduo desequilibrado. Segundo uma fonte ligada ao caso, o autor seria um homem de 37 anos, conhecido da polícia por roubos cometidos em 2006 e por degradação de veículos, em 2008.



Antes de ocorrer esse ato aparentemente, as autoridades francesas haviam pedido calma à população e que se evitasse conclusões precipitadas, em função dos dois ataques ocorridos no fim de semana contra policiais e civis, aos gritos de "Alá é grande".

Em setembro, o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) pediu a seus militantes que atacassem de qualquer forma os países que formam a coalizão que luta contra os extremistas, entre os quais está a França. Entre os métodos mencionados, está o ataque a civis utilizando como arma um automóvel.