Jornal Correio Braziliense

Mundo

Suposta assassina de crianças tenta entender o que aconteceu, diz advogado

Ela é suspeita de ter matado sete de seus filhos, três meninas, de 2, 11 e 12 anos, e quatro meninos, de 5, 6, 8 e 9 anos, assim como uma sobrinha de 14

A mãe acusada pelo assassinato de oito crianças na cidade da Cairns, nordeste da Austrália, se esforça para entender o que aconteceu exatamente, afirmou o advogado.

Hospitalizada sob estrita vigilância desde que os corpos dos menores de idade foram encontrados na sexta-feira em sua casa de Manoora, subúrbio de Cairns, Raina Mersane Ina Thaiday, de 37 anos, "tenta lidar da melhor maneira possível no momento", afirmou Steven MacFarlane após uma audiência preliminar no tribunal de Cairns.

O advogado havia solicitado à justiça considerasse a acusada uma pessoa com distúrbios mentais, mas o tribunal rejeitou o pedido.

Raina Mersane Ina Thaiday, também conhecida como Mersane Warria, foi indiciada por assassinato no domingo, após a tragédia que chocou o país.

Ela é suspeita de ter matado sete de seus filhos, três meninas, de 2, 11 e 12 anos, e quatro meninos, de 5, 6, 8 e 9 anos, assim como uma sobrinha de 14.

A família pertence à comunidade indígena do Estreito de Torres, uma população autóctone originária das ilhas próximas das costas do estado de Queensland.

"Eu não sou médico, eu penso que ela provavelmente sabe o que aconteceu, mas sem realmente compreender, não caiu a ficha. É minha opinião pessoal apenas", disse MacFarlane.

A imprensa local cita depoimentos divergentes de alguns vizinhos. Alguns mencionam uma mulher recentemente convertida à religião, mas outros destacam festas noturnas, com consumo de álcool e drogas.

Os investigadores se recusaram a comentar as alegações. Também não revelaram as circunstâncias das mortes dos oito menores de idade: esfaqueados ou asfixiados, como menciona a imprensa local, que cita fontes anônimas.



Enquanto os técnicos da polícia científica continuam trabalhando na casa da família, cenário da tragédia, o representante da ciscunscrição no Parlamento do estado de Queensland anunciou que a residência provavelmente será demolida e um monumento deve ser construído no terreno em memória das jovens vítimas.

"É o melhor que podemos fazer para ajudar a família, assim como a comunidade local", justificou Gavin King.