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Jihadistas fazem ameaça de morte a soldados libaneses sequestrados

Os combatentes os acusam de colaborar com o movimento xiita e exigem a libertação de prisioneiros islamitas das prisões do Líbano em troca da libertação dos soldados

Um combatente do grupo Estado Islâmico (EI) ameaçou executar soldados libaneses sequestrados há meses em um vídeo ao qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (19/12).

Na gravação, feita em uma planície cercada por colinas, três homens vestidos com um uniforme azul posam ajoelhados diante de três combatentes jihadistas, dois deles com o rosto descoberto, que mantêm uma faca na altura da garganta dos reféns.

A AFP obteve este vídeo do xeque salafista Usam al-Masri, último mediador nas negociações destinadas a libertar 25 soldados e policiais libaneses sequestrados pelo EI e pela Frente al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda) no início de agosto no leste do Líbano. Desde então, executaram quatro reféns.

O único jihadista encapuzado, que fala em francês, ataca no vídeo três dirigentes libaneses: o ex-primeiro-ministro Saad Hariri, o líder druso Walid Joumblatt e o líder cristão Samir Geagea, acusados de ter transformado o exército libanês em um fantoche nas mãos do movimento xiita Hezbollah.


Este poderoso movimento armado libanês, que combate nas fileiras do regime sírio de Bashar al-Assad na vizinha Síria, é inimigo dos jihadistas sunitas. "O Estado Islâmico está em guerra contra o Hezbollah" por interferir nos assuntos dos muçulmanos na Síria, declara o jihadista encapuzado.

Hariri, Geagea e Joumblatt, acusados pelo jihadista de ser aliados da França, se opõem ao regime de Damasco e criticam a intervenção do Hezbollah na Síria.

No entanto, no vídeo, os jihadistas os acusam de colaborar com o movimento xiita e exigem a libertação de prisioneiros islamitas das prisões do Líbano em troca da libertação dos soldados.

O xeque Al-Masri indicou à AFP que se reuniu na quinta-feira com os chefes do EI na região síria de Qalamun, fronteiriça com o Líbano, e que viu nove soldados. "Dois deles apresentam um estado de saúde delicado", disse.