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Putin chama o Ocidente de 'império' e promete tirar a Rússia da crise

"Vamos utilizar as medidas empregadas com êxito em 2008", destacou o presidente russo

O presidente Vladimir Putin acusou nesta quinta-feira os ocidentais de se comportarem como um "império" que trata as outras nações como "vassalos", ao mesmo tempo em que prometeu aos russos que o país sairá da forte crise econômica em dois anos, ao mesmo tempo que

Em sua tradicional entrevista coletiva de fim dano, Putin comentou pela primeira vez a forte desvalorização do rublo do início da semana, a maior desde a crise financeira de 1998.

"No cenário mais desfavorável para a conjuntura internacional, a situação pode durar dois anos, mas pode melhorar antes e, de todos os modos, terá uma solução de forma inevitável, já que a economia mundial continua crescendo", afirmou Putin.

[SAIBAMAIS]"Vamos utilizar as medidas empregadas com êxito em 2008", destacou, sem especular sobre a evolução da situação e considera possível tanto um aumento do rublo como uma nova queda diante "dos numerosos fatores de incerteza".

No discurso, ele também fez uma firme crítica ao Ocidente.

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"Nossos sócios (ocidentais) não pararam. Decidiram que são vencedores, que agora são um império e que os outros são vassalos e que devem ser encurralados", disse Putin, em referência às tensões com o Ocidente provocadas pelo conflito na Ucrânia.

Putin também acusou o governo ucraniano - apoiado pela União Europeia e Estados Unidos - de organizar uma "operação de punição" contra os rebeldes pró-Rússia do leste do país.

"Depois do golpe de Estado em Kiev através da força armada, as novas autoridades ucranianas não quiseram dialogar com o leste pró-Rússia e enviaram a polícia, o exército quando isto não foi suficiente e agora instauraram um bloqueio econômico".

A entrevista coletiva de Putin era muito aguardada pelos russos, preocupados com o aumento dos preços e a perda de poder aquisitivo.

As declarações do presidente russo foram feitas em um clima mais tranquilo que o do início da semana, quando o rublo perdeu 9,5% e 7% do valor na segunda e terça-feira.

Ao mesmo tempo, a entrevista não impediu a desvalorização da moeda russa, que era negociada respectivamente a 61,39 (dólar) e 76,07 (euro).

O rublo registrou desde o início de 2014 uma desvalorização de 40%.

A queda da moeda terá consequências econômicas importantes nos próximos meses. De acordo com a imprensa, alguns importadores suspenderam a compra de algumas mercadorias para observar a evolução do rublo e dos preços.

Putin enfrenta uma situação paradoxal ao fim de um ano de crise ucraniana.

De um lado, a anexação da Crimeia o tornou mais popular do que nunca, com um índice de aprovação de 80%, além de um protagonismo internacional inegável.

Mas isto aconteceu ao custo do isolamento da Rússia pelas sanções ocidentais, que fragilizaram o rublo, ao mesmo tempo que o país sofre as consequências da brutal queda do preço do petróleo.

Esta é a crise mais delicada que Putin enfrenta desde que chegou ao poder em 1999.

Putin destacou os "fatores externos" que provocaram a crise, em particular o preço do petróleo, mas também admitiu que a Rússia tem parte da responsabilidade, por não ter diversificado sua economia, muito dependente dos combustíveis.

Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Alexei Uilukaiev, foi mais severo.

"De certa maneira, fomos nós que preparamos esta crise. A crise estrutural é, em parte, o resultado de uma economia que não foi reformada", disse Uilukaiev, antes de destacar que as sanções americanas poderiam durar "décadas".

No mesmo momento, em Berlim, a chanceler alemã Angela Merkel disse que as sanções contra a Rússia eram inevitáveis para garantir a soberania da Ucrânia.

"O objetivo de nossa ação é e continua sendo uma Ucrânia soberana e territorialmente unida, que possa decidir sobre seu futuro", disse Merkel.

"Até que este objetivo seja alcançado, as sanções continuam sendo inevitáveis", completou.

Em um momento mais descontraído da entrevista, Putin contou a conversa que teve com um amigo admitindo o fato de estar apaixonado.

O presidente russo quase não fala sobre sua vida familiar e sentimental. A única notícia que se tem é que ele se divorciou da esposa Liudmila em 2013 depois de 30 anos de casamento.

O tema é tabu para a imprensa russa, que, no entanto, afirma que Putin tem um relacionamento com a ex-campeã olímpica de ginástica rítmica e diretora de um importante grupo de comunicação ligado ao Kremlin, Alina Kabaeva.