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Farc declaram cessar-fogo unilateral por tempo indeterminado na Colômbia

Desde o início das negociações de paz em Havana, em novembro de 2012, as Farc já decretaram quatro tréguas unilaterais

Havana - A guerrilha comunista das Farc declarou nesta quarta-feira unilateral "por tempo indeterminado" na Colômbia, que só dará por terminado se suas unidades forem atacadas pelo exército.

"Resolvemos declarar um cessar-fogo unilateral e (a suspensão) das hostilidades por tempo indeterminado, que deve se transformar em armistício", disse em seu blog a delegação de paz das Farc em Cuba, sede das negociações com o governo colombiano.

"Este cessar-fogo unilateral, que desejamos prorrogar por longo tempo, será suspenso apenas se for constatado que nossas estruturas guerrilheiras foram alvo de ataques por parte da força pública", destacou o grupo rebelde.

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As Farc aspiram contar "com o aval de UNASUL, CELAC e CICR" para garantir o "sucesso" da trégua, anunciada após a viagem à Colômbia da delegação do governo liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, após o fim do 31; ciclo de negociações de paz.

Desde o início das negociações de paz em Havana, em novembro de 2012, as Farc já decretaram quatro tréguas unilaterais, sem a adesão do governo em Bogotá, que teme uma manobra da guerrilha para se fortalecer militarmente, como ocorreu no passado.

"Que esta seja a oportunidade para chamar a atenção, de forma clara e direta, do presidente Juan Manuel Santos, que comemorou no Twitter a morte de alguns dos nossos companheiros de armas e de ideias no domingo passado", assinala o comunicado das Farc.

Santos destacou na segunda-feira passada a morte de nove guerrilheiros das Farc em operações do Exército e da polícia no departamento de Meta, no centro do país.

O governo e as Farc já acertaram três dos seis pontos em discussão em Havana: reforma rural (maio de 2013), participação política da guerrilha (novembro 2013) e solução para o problema das drogas (maio de 2014).

Faltam acertar indenização das vítimas, atualmente em discussão, abandono das armas e mecanismo para referendar o eventual acordo de paz.