"A União Europeia não pode interferir nas medidas adotadas... com base legal, contra elementos que ameaçam nossa segurança nacional", declarou Erdogan em um discurso transmitido pela televisão, em sua primeira reação após as detenções de domingo. "Deveriam cuidar de seus assuntos", declarou.
A polícia turca lançou no domingo uma nova operação contra partidários do clérigo Fethullah Gulen, adversário do presidente Recep Tayyip Erdogan, numa iniciativa que também teve como alvos escritórios do jornal opositor "Zaman".
A UE denunciou as operações, que considerou contrárias "aos valores europeus", que a Turquia, que tenta uma vaga no bloco, deveria respeitar.
Os Estados Unidos pediram à Turquia que respeite a liberdade de imprensa, a independência da justiça e seus fundamentos democráticos.
A polícia antiterrorista agiu em 13 cidades da Turquia, entre elas Istambul, prendendo ao todo 24 pessoas, incluindo jornalistas. Entre os detidos está Ekrem Dumanli, editor-chefe do jornal Zaman, um dos maiores veículos da Turquia.
Em frente ao prédio onde funciona a redação do jornal Zaman, nos arredores de Istambul, um grupo se reuniu do lado de fora do escritório, fazendo com que a polícia deixasse o local sem prender nenhum funcionário. "A liberdade de imprensa não pode ser calada", gritavam os manifestantes.
Também foram presos diretores de uma rede de televisão ligada a Gulen, incluindo um diretor, produtores e jornalistas, segundo a agência Anatolia.
Como ocorreu em operações policiais anteriores, uma misteriosa conta no Twitter, com o nome de um suposto Fuat Avni, anunciou os detalhes da batida antes que ela começasse.
Na semana passada, Avni alertou que a polícia se preparava para prender cerca de 400 pessoas, entre elas 150 jornalistas.