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Haiti vive crise política e manifestantes pedem renúncia de mandatários

Durante protesto, os manifestantes forçaram as barreiras de proteção colocadas pela polícia haitiana, que disparou armas automáticas para dispersar a multidão

O primeiro-ministro do Haiti, Laurent Lamothe, está pronto para se demitir e ajudar a acabar com o impasse político do país, disse o presidente Michel Martelly na sequência de protestos generalizados contra ao governo. Enquanto isso, milhares de pessoas voltaram às ruas na sexta-feira (12) para exigir a demissão do presidente e do primeiro-ministro, em protesto que terminou com confronto próximo ao palácio presidencial.

;O primeiro-ministro está pronto para renunciar;, disse o chefe de Estado em um discurso à população. Michel Martelly destacou que sua ação visa ao objetivo de encontrar uma solução para a crise, mas não disse quando Laurent Lamothe renunciará ao cargo.

Uma comissão consultiva criada pelo presidente aconselhou a saída do primeiro-ministro quando os protestos contra o Executivo aprofundaram a crise política que vive o país devido à falta de convocação de eleições legislativas nos últimos três anos. No seu discurso ao país, Martelly disse que aceitaria as propostas da comissão e que na segunda-feira iria trabalhar para a sua rápida aplicação.

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Durante os protestos, os manifestantes apelaram aos Estados Unidos para mudarem os dirigentes haitianos, no momento em que um representante do Departamento de Estado norte-americano faz uma missão de dois dias ao país para se reunir com os líderes da oposição, setor privado e governo para trata da crise política.

Durante o protesto, os manifestantes forçaram as barreiras de proteção colocadas pela polícia haitiana, que disparou armas automáticas para dispersar a multidão, enquanto as forças de paz da ONU usaram gás lacrimogêneo para afastar os que se aproximavam do palácio nacional. Jovens ativistas da oposição chegaram a atirar pedras contra os soldados da missão das Nações Unidas no Haiti e um carro da força de paz foi atingido.

A oposição, que apelou para mais dois dias de protestos, entrou em uma queda de braço com o presidente Michel Martelly, acusando-o de querer estabelecer uma ditadura no país. Há mais de três anos que são esperadas eleições parlamentares e municipais no Haiti e o prazo que o parlamento haitiano propôs acaba a 12 de janeiro de 2015.

Com informações da Agência Lusa