A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP20), que deveria ter terminado na sexta-feira em Lima, estendeu suas negociações a este sábado, enquanto os países ricos e pobres tentam aparar suas diferenças em torno dos compromissos que assumirão para deter o aquecimento global.
A sessão de encerramento da reunião foi adiada e "será realizada às 10 da manhã deste sábado" (13h00 de Brasília), anunciou a COP20 pelo Twitter, enquanto os integrantes do encontro tentavam concluir o rascunho de um novo pacto global que definirá as medidas para reduzir as emissões de carbono e avançar em direção a um modelo de produção com menos impacto sobre o meio ambiente. "Estamos quase lá. Devemos apenas fazer um esforço final", pediu o presidente da COP20, o peruano Mnuel Pulgar Vidal, depois de fazer um apelo a acelerar os debates e a entrar em acordo sobre o texto final.
As organizações ambientais advertiram que se os compromissos dos países em Lima forem modestos, isto será catastrófico para o acordo final previsto para o próximo ano, em Paris. A entrada em vigor do acordo está prevista para 2020.
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O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa para limitar o aquecimento global a 2;C até o final do século. "As decisões adotadas hoje nos colocarão em um caminho de trabalho para Paris ou nos condenarão a um futuro perigoso", disse à AFP Jan Kowalzig, assessor de políticas da Oxfam.
[SAIBAMAIS] A mudança climática pelo aquecimento da terra e dos mares provoca fenômenos extremos, como derretimento de geleiras, enchentes, tempestades violentas, inundações e secas em diferentes áreas do mundo, onde impactam de maneira trágica as populações mais vulneráveis. "Tenho uma sensação de otimismo e vejo que é o momento para a ação", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, depois de se reunir na sexta-feira no palácio de governo com o presidente peruano, Ollanta Humala.
Princípio de diferenciação
As divergências de última hora envolvem a maneira de se interpretar o princípio de "diferenciação" sobre as responsabilidades que correspondem a cada país na mudança climática. Os países em desenvolvimento defendem a ideia de que as nações ricas são as principais responsáveis pelo aquecimento global e, diante disto, devem assumir maiores responsabilidades.
Mas os países industrializados afirmam que os gigantes emergentes - como China e Índia - também devem fazer grandes esforços devido ao fato de que suas indústrias - baseadas na energia do carvão - são altamente poluentes. Os Estados Unidos planejam reduzir, até 2025, suas emissões de carbono em entre 26% e 28%, em relação aos níveis de 2005. A China também se comprometeu, pela primeira vez, a limitar suas emissões, como fez a União Europeia.
Na quinta-feira, o secretário americano de Estado, John Kerry, exortou as nações menos desenvolvidas a reduzir o uso de combustíveis fósseis, estimando que estes países também devem fazer sua parte. "Sei que as discussões podem gerar tensão e são difíceis, mas devemos recordar que hoje mais da metade das emissões globais procede dos países em desenvolvimento. Assim, é imperativo que eles também ajam".
De acordo com o Programa do Meio Ambiente da ONU, os países desenvolvidos reduziram em entre 51,8% e 40,9% sua incidência global de emissões, enquanto as nações em desenvolvimento elevaram sua participação em entre 48,2% e 59,1% no período 2000-2010.
Contribuições
As nações em desenvolvimento exigem ainda que a lista de compromissos exceda a redução de emissões de carbono. A responsabilidade por décadas de poluição devido à industrialização deve incorporar promessas de ajuda financeira às nações pobres cujas populações sofreram ou sofrem com os impactos da mudança climática.
Mas o rascunho do texto discutido entre as delegações traz referências ao financiamento "muito vagas", disse à AFP Tasneem Essop, da organização WWF. As estimativas dos cientistas advertem que com o atual nível de emissões de carbono as temperaturas aumentariam no fim do século 4;C, provocando fenômenos climáticos extremos que ameaçam a segurança do planeta.
A sessão de encerramento da reunião foi adiada e "será realizada às 10 da manhã deste sábado" (13h00 de Brasília), anunciou a COP20 pelo Twitter, enquanto os integrantes do encontro tentavam concluir o rascunho de um novo pacto global que definirá as medidas para reduzir as emissões de carbono e avançar em direção a um modelo de produção com menos impacto sobre o meio ambiente. "Estamos quase lá. Devemos apenas fazer um esforço final", pediu o presidente da COP20, o peruano Mnuel Pulgar Vidal, depois de fazer um apelo a acelerar os debates e a entrar em acordo sobre o texto final.
As organizações ambientais advertiram que se os compromissos dos países em Lima forem modestos, isto será catastrófico para o acordo final previsto para o próximo ano, em Paris. A entrada em vigor do acordo está prevista para 2020.
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O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa para limitar o aquecimento global a 2;C até o final do século. "As decisões adotadas hoje nos colocarão em um caminho de trabalho para Paris ou nos condenarão a um futuro perigoso", disse à AFP Jan Kowalzig, assessor de políticas da Oxfam.
[SAIBAMAIS] A mudança climática pelo aquecimento da terra e dos mares provoca fenômenos extremos, como derretimento de geleiras, enchentes, tempestades violentas, inundações e secas em diferentes áreas do mundo, onde impactam de maneira trágica as populações mais vulneráveis. "Tenho uma sensação de otimismo e vejo que é o momento para a ação", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, depois de se reunir na sexta-feira no palácio de governo com o presidente peruano, Ollanta Humala.
Princípio de diferenciação
As divergências de última hora envolvem a maneira de se interpretar o princípio de "diferenciação" sobre as responsabilidades que correspondem a cada país na mudança climática. Os países em desenvolvimento defendem a ideia de que as nações ricas são as principais responsáveis pelo aquecimento global e, diante disto, devem assumir maiores responsabilidades.
Mas os países industrializados afirmam que os gigantes emergentes - como China e Índia - também devem fazer grandes esforços devido ao fato de que suas indústrias - baseadas na energia do carvão - são altamente poluentes. Os Estados Unidos planejam reduzir, até 2025, suas emissões de carbono em entre 26% e 28%, em relação aos níveis de 2005. A China também se comprometeu, pela primeira vez, a limitar suas emissões, como fez a União Europeia.
Na quinta-feira, o secretário americano de Estado, John Kerry, exortou as nações menos desenvolvidas a reduzir o uso de combustíveis fósseis, estimando que estes países também devem fazer sua parte. "Sei que as discussões podem gerar tensão e são difíceis, mas devemos recordar que hoje mais da metade das emissões globais procede dos países em desenvolvimento. Assim, é imperativo que eles também ajam".
De acordo com o Programa do Meio Ambiente da ONU, os países desenvolvidos reduziram em entre 51,8% e 40,9% sua incidência global de emissões, enquanto as nações em desenvolvimento elevaram sua participação em entre 48,2% e 59,1% no período 2000-2010.
Contribuições
As nações em desenvolvimento exigem ainda que a lista de compromissos exceda a redução de emissões de carbono. A responsabilidade por décadas de poluição devido à industrialização deve incorporar promessas de ajuda financeira às nações pobres cujas populações sofreram ou sofrem com os impactos da mudança climática.
Mas o rascunho do texto discutido entre as delegações traz referências ao financiamento "muito vagas", disse à AFP Tasneem Essop, da organização WWF. As estimativas dos cientistas advertem que com o atual nível de emissões de carbono as temperaturas aumentariam no fim do século 4;C, provocando fenômenos climáticos extremos que ameaçam a segurança do planeta.