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Grupos de direitos humanos pedem julgamento dos torturadores ligados à CIA

Para as organizações humanitárias, o documento mostra que os métodos secretos da CIA violaram a legislação internacional e os direitos elementares

Washington- Grupos de defesa dos direitos humanos pediram, nesta terça-feira (9/12), o julgamento dos responsáveis por um programa de tortura da CIA muito mais brutal do que se supunha, após o Senado publicar um informe extenso sobre o caso.

[SAIBAMAIS]Para as organizações humanitárias, o documento mostra que os métodos secretos usados pela CIA para extrair informação dos detidos após os atentados de 11 de setembro violaram repetidamente a legislação internacional e os direitos elementares.

"É um informe atormentador. É impossível lê-lo sem sentir uma imensa indignação pelo fato de nosso governo estar envolvido nesses crimes terríveis", disse Anthony Romero, diretor executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês).

"Os funcionários governamentais que autorizaram atividades ilegais devem ser julgados", afirma a ACLU. A Anistia Internacional afirmou que o informe deixa claro que a CIA atuou ilegalmente desde o primeiro dia e que os interrogatórios brutais não foram operações espontâneas fora de controle.

Steven Hawkins, diretor executivo da representação americana da Anistia Internacional, disse que o programa "deu sinal verde para cometer crimes puníveis pela lei internacional contra tortura e desaparecimentos forçados". "É hora de assumir responsabilidades, incluindo uma profunda investigação e ressarcimento das vítimas".



O diretor executivo da Human Rights Watch, Kenneth Roth, afirmou que o informe "mostra que os repetidos argumentos de que são necessárias medidas duras para proteger os americanos são uma ficção".

Roth reconheceu que a administração do presidente Barack Obama deu fim a muitas práticas descritas no documento., mas advertiu: "a menos que este importante processo de busca da verdade leve ao julgamento dos responsáveis, a tortura continuará sendo uma opção política para os futuros presidentes".

Nesta terça-feira, no entanto, parecia uma realidade distante que alguém fosse julgado. Um alto funcionário do departamento de Justiça disse que desde 2009 realiza investigações sobre maus-tratos a detentos e concluiu que não há provas suficientes para realizar uma condenação. Os investigadores que revisaram o informe do Senado "não conseguiram informações além das que já haviam considerado antes de tomar suas decisões", acrescentou o funcionário.