Os parentes dos estudantes desaparecidos no estado mexicano de Guerrero pediram, no domingo (7), às autoridades que não suspendam a busca pelos 42 jovens desaparecidos, depois de um corpo ter sido identificado.
A Procuradoria mexicana confirmou que o DNA dos restos mortais de um dos corpos encontrados no município de Cocula corresponde ao perfil genético de Alexander Mora Venancio, um dos estudantes desaparecidos em setembro passado.
O consultor legal dos pais, Alejandro Ramos, disse, em entrevista, que os parentes aceitam os resultados das provas do laboratório da Universidade de Innsbruck, na Áustria.
Os familiares pediram ao presidente Enrique Peña Nieto que reforce as buscas, recorrendo à tecnologia, e que o prefeito de Iguala e a sua mulher sejam punidos por serem "autores intelectuais" do desaparecimento dos estudantes.
As famílias exigem também que o Exército mexicano seja investigado já que, na noite de 26 de setembro, não atuou em apoio e defesa aos jovens, evitando o seu desaparecimento.
"Acreditamos que a busca por vida deve continuar. [A morte dos estudantes] é apenas uma hipótese que não está totalmente provada", disseram os pais, referindo-se à tese de que os 42 estudantes estão mortos.
"Os militares chegaram a tirar-lhes os telefones, a chutá-los e humilhá-los, não quiseram ajudá-los. Nunca tentaram fechar os acessos da cidade ou procurar os desaparecidos, apesar de o batalhão estar a dois minutos do lugar", disse um dos pais. Os parentes pediram que "não se permita arquivar o caso porque ainda faltam 42 estudantes que ninguém sabe onde estão".
No dia 26 de setembro, 43 estudantes foram detidos por policiais, em Iguala, e entregues à gangue Guerreros Unidos. Três membros do grupo disseram que os estudantes foram assassinados e os corpos foram incinerados, mas a tese ainda não foi oficialmente comprovada.