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Grande júri analisará outro caso envolvendo morte de jovem negro nos EUA

A impunidade policial envolvendo crimes raciais provocou manifestações em Nova York nas duas últimas noites, onde mais de 280 pessoas foram detidas

A justiça de Nova York anunciou nesta sexta-feira que formará um grande juri para decidir sobre o julgamento ou não de um policial branco que matou um jovem negro desarmado no dia 20 de novembro passado, em mais um caso polêmico envolvendo impunidade policial nos Estados Unidos.

O promotor do Brooklyn, Ken Thompson, informou sua decisão sem precisar uma data para a formação do grande juri - um painel popular - que analisará as evidências sobre a morte de Akai Gurley, 28 anos, morto pelo policial Peter Liang nas escadarias de um conjunto habitacional deste bairro de Nova York. "Vou apresentar as evidências sobre a morte de Akai Gurley no dia 20 de novembro de 2014 a um grande juri porque é importante ir fundo para saber o que ocorreu", disse o promotor em um comunicado.

Gurley é mais um dos diversos cidadãos negros mortos recentemente nos Estados Unidos por policiais brancos, dois dos quais foram absolvidos recentemente por grandes juris, um na cidade de Ferguson, Missouri, e outro em Nova York, o que provocou uma série de protestos.

Ao ser baleado por Liang, um policial com pouca experiência, Gurley não estava armado, e um dia após o incidente o chefe da polícia de Nova York, Bill Bratton, admitiu que a vítima era "totalmente inocente".

Nesta sexta-feira, antes da vigília prévia ao enterro de Gurley, na igreja batista Brown Memorial, no Brooklyn, a mãe do jovem, Sylvia Palmer, falou pela primeira vez em público para pedir justiça. "Não fez nada errado. Era um bom menino, bom, que amava sua família e sua filha", disse Palmer à imprensa.

A impunidade policial envolvendo crimes raciais provocou manifestações em Nova York nas duas últimas noites, onde mais de 280 pessoas foram detidas.

Os diferentes protestos levados adiante na quinta-feira à noite bloquearam a ponte de Brooklyn, tomada por manifestantes, o túnel Holland, que interliga à vizinha Nova Jersey, a West Side Highway, no oeste de Manhattan, e a zona da Times Square.

Os protestos em Nova York foram deflagrados pela decisão de um grande juri, na quarta-feira, de não julgar o policial branco Daniel Pantaleo, acusado de agarrar pelo pescoço o negro Eric Garner, 43 anos, que faleceu logo depois, no dia 17 de julho passado.

Duas semanas antes, outro grande juri isentou de julgamento um policial branco que baleou o jovem negro Michael Brown, 18 anos, na cidade de Ferguson, Missouri, em agosto passado.