As duas irmãs indianas que foram elogiadas depois que um vídeo as mostrou respondendo à altura à agressão de três supostos molestadores em um ônibus estão agora na berlinda após a divulgação de um segundo vídeo. O novo vídeo levou a imprensa e as redes sociais a questionar a atitude das duas indianas.
"As mesmas garotas batendo num grupo diferente de rapazes. A surra foi gravada, mas a provocação, não", comenta Surya Bharadwaj em seu Twitter a respeito do novo vídeo que mostra as irmãs esbofeteando, chutando e puxando um homem por sua camisa em um parque público da cidade de Rohtak. As irmãs afirmaram que o incidente aconteceu e outubro depois que o homem as assediou verbalmente.
"As pessoas acham que nossos protestos contra assédio sexual aconteceram apenas contra aqueles homens (no ônibus)", reclamou Pooja Kumar, 19 anos, a mais nova das duas irmãs, falando à rede NDTV depois que o segundo vídeo foi divulgado.
"Sempre foram assediadas sexualmente por homens. Não importa quando, nem onde, nunca deixamos os homens se safarem disso", acrescentou. No entanto, as pessoas nas redes sociais parecem não estar inteiramente convencidas de seus argumentos, alegando que o vídeo parece mostrar o homem apenas se defendendo das mulheres.
O primeiro vídeo que virou viral mostra as duas jovens, com 22 e 19 anos, Arti e Pooja Kumar, cercadas por homens em um ônibus lotado na sexta-feira quando voltavam para casa, na cidade de Rohtak, localizada no estado de Haryana, vizinho de Delhi.
As duas batem em seus agressores com um cinto sob o olhar indiferente dos outros passageiros. A polícia prendeu os supostos molestadores domingo à noite após a divulgação do vídeo, gravado por uma passageira grávida, nas redes sociais e nos canais de notícias. A maioria dos comentários então foram de elogios à coragem das mulheres, enquanto outros denunciam a passividade dos demais passageiros, entre os quais é possível ouvir risos.
Um porta-voz da polícia de Rohtak, Ved Singh Nain, prometeu uma investigação rápida sobre o incidente. As mulheres relataram que foram assediadas após recusarem os avanços dos homens. O chefe executivo do Estado de Haryana, M.L Khattar, prometeu uma recompensa de 31.000 rúpias (400 euros a cada uma das jovens mulheres.