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Comitê contra a Tortura denuncia maus-tratos a manifestantes na Venezuela

O órgão lamenta a impunidade com que tais atos são cometidos.

Paris - O Comitê contra a Tortura da ONU denunciou nesta sexta-feira (28/11) em seu seu último relatório periódico sobre a Venezuela a tortura e maus-tratos contra manifestantes detidos neste país.

"O Comitê está alarmado com as informações sobre atos de tortura e maus-tratos a pessoas detidas durante as manifestações ocorridas entre fevereiro e julho de 2014", diz o documento deste corpo de peritos independentes que monitora o cumprimento da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes das Nações Unidas.

"Esses atos incluem espancamentos, choques elétricos, queimaduras, asfixia, violação sexual e ameaças" para obter "informações, punir e extrair confissões". O Comitê também lamenta as alegadas "detenções arbitrárias" pelas forças de segurança durante os protestos anti-governamentais.

Segundo a agência, entre as 3.306 pessoas detidas durante as manifestações na Venezuela, muitas foram presas sem ordem judicial, incluindo os adversários políticos Leopoldo Lopez e Daniel Ceballos. O órgão também lamenta a impunidade com que tais atos são cometidos.



Segundo dados oficiais, dos 185 inquéritos por parte do Ministério Público sobre crueldade durante as manifestações, apenas cinco acusações foram apresentadas, e as duas investigações de tortura estão em andamento.