Bogota - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou que o general do exército e outros dois reféns da guerrilha das Farc na Colômbia serão libertados no próximo sábado (29/11).
"De acordo com os protocolos, isso poderá ser feito no sábado", afirmou o presidente ao anunciar a libertação do general Rubén Alzate, do cabo Jorge Rodríguez e da advogada Gloria Urrego por parte das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Alzate, o oficial de maior patente capturado pelo grupo insurgente em 50 anos de conflito armado, e seus acompanhantes foram capturados no domingo em circunstâncias confusas perto de Quibdó, capital del departamento de Chocó (oeste), litoral do Pacífico.
"Já ordenei a suspensão das operações na Costa do Pacífico. Acreditamos que o general Alzate e seus acompanhantes estarão de volta no sábado", anunciou Santos também em seu Twitter. As Farc confirmaram que o governo colombiano recebeu as coordenadas da área onde o general e seus acompanhantes serão libertados, mas advertiu que verificará antes que não haja militares na zona.
"Antes de dar os passos finais, teremos de verificar que efetivamente não haverá tropas do exército no caminho da liberdade do cabo Jorge Rodríguez e da advogada Gloria Urrego", afirmou a delegação de paz das Farc em Cuba, em um comunicado enviado à AFP.
Na véspera, as Farc libertaram dois soldados colombianos e pediram um cessar imediato das operações militares para cumprir com a entrega dos outros três prisioneiros, conforme exigido pelo governo para a retomada do processo de paz.
Paulo César Rivera, de 24 anos, e Jonathan Andrés Díaz, de 23, foram entregues pelas Farc a uma missão humanitária em uma zona rural do departamento de Arauca, perto de onde haviam sido capturados durante combates no dia 9 de novembro.
Os militares foram recebidos por representantes dos governos de Cuba e Noruega, avalistas das negociações de paz, e por membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A captura do general e dos dois companheiros provocou a pior crise nos dois anos do processo de paz que o governo e a guerrilha mantêm em Cuba.
As negociações, que avançavam sem um cessar-fogo, foram suspensas pelo presidente Santos, que condicionou a retomada à liberação de todos os prisioneiros. Segundo Santos, a libertação dos soldados evidencia uma consolidação do processo de paz de seu governo com a guerrilha.
Em Havana, o negociador-chefe da guerrilha, conhecido como Iván Márquez, disse que agora as Farc focarão seus esforços na entrega dos prisioneiros restantes e exigiu condições de segurança a eles. As negociações em Cuba alcançaram o maior avanço para pôr fim ao conflito mais antigo do continente, que já deixou 220 mil mortos e 5,3 milhões de deslocados.