Windhoek - A Namíbia organiza na sexta-feira (28/11) a primeira votação eletrônica da África para as eleições presidenciais e legislativas, que apesar do descontentamento social parecem conquistadas de antemão pelo partido no poder, e que podem levar mais mulheres ao governo. Aproximadamente 1,2 milhão de habitantes, um em cada cinco nascidos após a independência de 1990 - foram convocados às urnas. Cerca de 4.000 locais de votação estão disseminados neste país da África austral, conquistado e administrado pela África do Sul em 1915 depois da colonização alemã.
Os eleitores utilizarão pela primeira vez máquinas de votação fabricadas na Índia, equipadas com telas touchscreen. Os namíbios poderão escolher na sexta-feira entre nove candidatos presidenciais de vários partidos, que vão desde os "Combatentes pela Liberdade Econômica" até a extrema esquerda ou o Partido Republicano da minoria branca. No entanto, apenas um candidato está certo de ganhar, o primeiro-ministro Hage Geingob, de 73 anos.
Este político, que já foi chefe de governo por 12 anos a partir da independência, ocupa novamente este posto desde 2012 e espera-se que suceda o chefe de Estado em fim de mandato, Hifikepunye Pohamba, que não pode se apresentar novamente após dois mandatos. Geingob, proveniente do SWAPO (South West African;s People Organization), o partido da luta anticolonial e antiapartheid que venceu todas as eleições desde 1990, promete "paz, estabilidade e prosperidade".
Segundo um estudo recente, cerca de dois terços dos eleitores namíbios consideram que o governo fracassou na luta contra o desemprego, a corrupção e a pobreza. A economia, que registrou um crescimento de 4% neste ano, segue dependendo dos diamantes e do urânio. As desigualdades são enormes e os membros do partido dominante são considerados por grande parte da população como beneficiários das compras estatais ou provedores de "empregos para os camaradas".