A justiça holandesa interrogava nesta sexta-feira (21/11) uma jovem de 19 anos, Aicha, que teria sido resgatada por sua mãe na Síria após o fracasso de seu casamento com um jihadista do Estado Islâmico (EI), indicou o Ministério Público.
Aicha "encontra-se detida desde seu retorno e é suspeita de crimes que ameaçam a segurança do Estado", disse à AFP Annemarie Kemp, porta-voz do Ministério Público de Maastricht (sul), onde sua família vive. A primeira audiência de Aicha, cujo verdadeiro nome é Esterlina, ocorre a portas fechadas, acrescentou Kemp.
O caso de Aicha, que teria sido resgatada por sua mãe, Monique, no principal reduto do Estado Islâmico, comoveu a Holanda, embora a história provoque algumas dúvidas.
Segundo a imprensa holandesa, Aicha viajou à Síria em fevereiro para se casar com um jihadista holandês que havia visto na televisão e, depois, contactado pela internet.
O jihadista, ex-soldado do exército, é um dos 130 holandeses que viajaram à Síria para se apresentar ao Estado Islâmico, segundo números oficiais. Aicha telefonou para sua mãe pedindo ajuda após o fracasso do casamento, afirma o jornal popular Algemeen Dagblad (AD).
Após o telefonema, na semana passada, Monique viajou à Síria, passando pela Turquia, e recuperou sua filha em Raqa, principal reduto do Estado Islâmico, afirmou o jornal AD, destacando que os detalhes desta operação de resgate são muito confusos.
No entanto, um representante do Ministério Público, Roger Bos, declarou à televisão local que Monique "nunca esteve na Síria". Monique teria esperado sua filha na fronteira, indicou Bos, dizendo que o ministério público investigava seu trajeto.
Dos 130 holandeses que viajaram para combater na Síria, 30 voltaram à Holanda e 14 morreram, segundo números publicados pelos serviços secretos holandeses (AIVD).