Jacarta - A Anistia Internacional pediu nesta sexta-feira ao novo presidente da Indonésia, Joko Widodo, a abolição das leis que punem a blasfêmia e que estão provocando o aumento do número de pessoas detidas no país por suas ideias. Durante a presidência de Susilo Bambang Yudhoyono, entre 2004 e 2014, mais de uma centena de pessoas foram presas de acordo com estas leis, indica a associação de defesa dos direitos humanos em um relatório.
Algumas pessoas foram condenadas apenas por ter assobiado durante uma cerimônia religiosa, denuncia a Anistia. "Temos informação de uma centena de pessoas que foram detidas simplesmente por ter expressado pacificamente suas ideias", disse Rupert Abbott, diretor-adjunto do programa Ásia-Pacífico da organização.
"O novo governo de Joko Widodo tem a oportunidade de mudar esta tendência inquietante e abrir uma nova era de respeito dos direitos humanos", acrescentou. A Indonésia é o maior país muçulmano do mundo. Cerca de 225 de seus 250 milhões de habitantes são muçulmanos, em sua maioria praticantes de um islã moderado. Mas segundo a Anistia a intolerância religiosa está aumentando e os grupos minoritários são as principais vítimas das leis contra a blasfêmia.