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Cuba defende Coreia do Norte em debate sobre direitos humanos na ONU

Cuba defendeu a Coreia durante um debate sobre uma resolução que obrigaria Pyongyang a responder por supostos crimes contra a humanidade

Nova York - Cuba saiu em defesa da Coreia do Norte nesta terça-feira (18/11) nas Nações Unidas, durante um tenso debate sobre uma resolução que obrigaria Pyongyang a responder por supostos crimes contra a humanidade.

O representante de Cuba, Rodolfo Reyes Rodriguez, tomou a palavra em uma comissão da Assembleia Geral para propor - em vão - uma emenda ao texto com o objetivo de retirar uma disposição que pede ao Conselho de Segurança que considere levar a Coreia do Norte à Corte Penal Internacional (CPI).

Belarus, Equador, Irã, China, Rússia, África do Sul e Venezuela apoiaram o pedido de Havana para flexibilizar o projeto, afirmando que o texto era desequilibrado.


O embaixador da Coreia do Norte, Sin So Ho, também declarou que o projeto proposto pela União Europeia e Japão evidencia uma "falta de confiança e uma confrontação que não tem relação com os verdadeiros direitos humanos".

Mas a emenda proposta por Cuba foi derrotada por 77 votos a 40, com 50 países se abstendo.

Apoiado por mais de 60 países, o projeto de resolução está baseado em um relatório da ONU de 400 páginas, publicado em fevereiro passado, que após uma ampla investigação estabeleceu que as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte "não têm precedentes no mundo contemporâneo".

O texto será examinado pelo plenário da Assembleia Geral em dezembro, e o Conselho de Segurança poderá votar uma resolução acusando Pyongyang ante a CPI, mas China e Rússia - membros permanentes - muito provavelmente vetarão a medida.