Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu a aprovação, a qualquer preço, do polêmico projeto de lei que reforça o caráter "judeu" de Israel, em uma tentativa de evitar a ruptura de sua coalizão governamental, informaram nesta segunda-feira (17/11) os meios de comunicação.
"Apresentaremos no domingo o projeto de ;Lei sobre a Nação; (...). Esta lei precisa ser aprovada", declarou Netanyahu nesta segunda-feira, um dia após o adiamento da votação.
Segundo o projeto, as Leis Fundamentais não definirão mais Israel como um Estado "judeu e democrático", mas sim como "o Estado nacional do povo judeu".
Para alguns, trata-se de institucionalizar a discriminação contra a minoria árabe israelense, mas para o premier de Israel, é uma resposta "a todos aqueles que duvidam do direito dos judeus a uma Nação-Estado própria".
Este projeto de lei divide os membros da coalizão governamental, que enfrenta problemas internos há meses.
"Sem esta lei, adeus coalizão", ameaçou nesta segunda-feira a ministra da Economia, Naftali Bennett, do partido nacionalista religioso e pró-colonização Lar Judeu.
Os ministros de centro se preocupam, por sua parte, com o caráter "perigoso" e "antidemocrático" do projeto, e a ministra da Justiça, Tsipi Livni (HaTnoua), conseguiu adiar sua votação, prevista inicialmente para o domingo.
Segundo analistas, Netanyahu busca com esta lei um duplo objetivo: pender para a direita sua coalizão para permanecer no cargo ou angariar votos para eventuais eleições antecipadas, caso ocorra o rompimento da coalizão.
Os responsáveis do Likud, partido de Netanyahu, afirmaram ao jornal Maariv que "nas atuais circunstâncias" o primeiro-ministro conquistaria apenas 18 das 120 cadeiras do Parlamento.
Para a imprensa, este polêmico projeto é um modo de Netanyahu entrar em campanha de modo extraoficial.
"Quando se aproximam as eleições, ele (Netanyahu) sente a necessidade irresistível (...) de se voltar para os elementos mais extremistas de seu eleitorado", afirma o jornal Yediot Aharonot.