Bruxelas - A União Europeia (UE) afirmou nesta segunda-feira (17/11) que rejeita com "firmeza" a construção de colônias israelenses nos territórios palestinos, que ameaça o projeto de paz baseado na coexistência de dois Estados.
"A UE se opõe com firmeza à recente desapropriação de terras nas proximidades de Belém, aos novos projetos de construção" e às "demolições, incluídos os projetos financiados pela UE", destacaram os ministros de Relações Exteriores do grupo ao final de uma reunião em Bruxelas.
A UE "pede a Israel que reveja suas decisões, que vão contra o direito internacional e comprometem diretamente a solução com base em uma coexistência de dois Estados".
"Recordando que as colônias são ilegais", os Estados membros e a UE "permanecem apegados à aplicação (...) efetiva da legislação da UE e dos acordos bilaterais existentes aplicáveis aos produtos das colônias".
A UE "segue de perto a evolução da situação (...) e está disposta a adotar novas medidas para proteger a viabilidade da solução baseada na coexistência de dois Estados".
Em entrevista coletiva, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, confirmou a existência de um "documento de trabalho" da UE que analisa a possibilidade de o bloco aplicar sanções contra Israel.
Mas Mogherini destacou que o documento foi produzido pela administração anterior "a pedido dos Estados membros há um certo tempo", e é "apenas uma hipótese de análise técnica".
"Não se trata de isolar ou sancionar" Israel, acrescentou a funcionária.
O acordo de livre comércio entre Israel e União Europeia exclui os produtos das colônias, que estão sujeitos a taxas aduaneiras.
Em maio passado, a UE proibiu a importação de frangos e ovos das colônias judaicas da Cisjordânia ocupada.