Washington - Um médico infectado com Ebola em Serra Leoa chegou neste sábado aos Estados Unidos, onde será tratado do vírus mortal, informou o hospital que receberá o paciente.
"O terceiro paciente chegou com segurança a Omaha. Agora será transportado de ambulância à Unidade de Biocontenção. #NebraskaMedEbola", reportou no microblog Twitter o Centro Médico da Universidade de Nebraska, informando sobre o doutor Martin Salia, de nacionalidade leonesa, mas residente nos Estados Unidos.
O cirurgião, que trabalhou no hospital Connaught de Freetown, é o primeiro cidadão leonês contaminado Ebola levado aos Estados Unidos, onde já foram tratados nove doentes com o vírus hemorrágico, a maioria após contrair a doença na África. Até agora, apenas um paciente liberiano faleceu com Ebola nos Estados Unidos. Os outros oito pacientes foram curados.
[SAIBAMAIS]O hospital havia informado mais cedo neste sábado que o paciente estava "gravemente doente", citando informações de trabalhadores humanitários em Serra Leoa. Seu exato estado de saúde será avaliado assim que ele chegar ao hospital, prosseguiu o Nebraska Medical Center, destacando que o doutor Salia estaria "talvez mais doente do que os primeiros pacientes tratados com sucesso nos Estados Unidos".
O Nebraska Medical Center é um dos vários estabelecimentos do país equipados para tratar doentes com Ebola. Martin Salia será a terceira pessoa contaminada pelo vírus hemorrágico a ser tratada neste centro médico. As duas anteriores sobreviveram.
O Departamento de Estado americano informou ter facilitado a evacuação médica de um "residente permanente legal americano de Serra Leoa para os Estados Unidos para se tratar contra o vírus Ebola (...) a pedido de sua esposa, uma cidadã americana residente em Maryland, que aceitou reembolsar o governo americano por todas as despesas geradas".
O doutor Salia foi evacuado em um avião especial, que "deixou o aeroporto internacional de Freetown às 02H30 (locais, 00H30 de Brasília) esta madrugada", tinha informado mais cedo à AFP o encarregado dos serviços médicos leoneses, doutor Brima Kargbo.
O cirurgião estava internado no centro de tratamento Hastings, a 20 km de Freetown, o único de Serra Leoa totalmente gerenciado por pessoal local. Ele é o sexto médico leonês a contrair o vírus, que matou cinco de seus colegas, entre os quais uma mulher.
A Serra Leoa é um dos três países do oeste da África - além de Libéria e Guiné - mais afetados pela epidemia de Ebola.
Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na sexta-feira, a epidemia já matou 5.177 pessoas de um total de 14.413 casos registrados em oito países. Só em Serra Leoa foram contabilizadas 1.187 mortes de 5.586 casos registrados até 11 de novembro.