Brisbane - A recuperação da combalida economia mundial e a criação de empregos são os principais temas da agenda do G20, que se reúne até domingo em Brisbane (Austrália), mas a Ucrânia, o Ebola e o meio ambiente também tomaram conta da pauta. O anfitrião do encontro, o primeiro-ministro australiano Tony Abbott, insiste que a atenção está voltada para como fazer a economia crescer dois pontos adicionais nos próximos cinco anos e criar empregos.
De um lado estão os partidários das reformas estruturais e da austeridade, mas também existe a voz de defesa dos incentivos à demanda, com grandes investimentos em infraestruturas, estímulo ao comércio e a regulamentação do sistema financeiro. O G20 deseja ainda combater a fraude fiscal e fechar as brechas na legislação utilizadas por empresas para pagar o mínimo de impostos ou transferir a sede fiscal para um local mais favorável.
"Esperança e otimismo"
Apesar da situação no Oriente Médio, no leste da Europa e dos problemas na África ocidental, a mensagem que os líderes mundiais devem apresentar ao fim do encontro de dois dias é "esperança e otimismo", afirmou o primeiro-ministro australiano. "Sim, nosso mundo pode crescer e sim, nosso mundo pode criar os empregos que as pessoas querem", afirmou Abbott, apesar da experiência demonstrar que as boas intenções do G20 costumam ficar no papel.
Leia mais notícias em Mundo
O presidente americano, Barack Obama, fortalecido pelo acordo anunciado em Pequim durante a semana com a China, deseja incluir o meio ambiente no centro da agenda das economias do bloco, que juntas produzem quase 90% do PIB mundial e 84% das emissões poluentes. "Se China e Estados Unidos podem chegar a um acordo, o mundo também pode chegar a um acordo", disse Obama em um discurso na Universidade de Brisbane, durante o qual anunciou que Washington doará três bilhões de dólares ao fundo da ONU para o clima.
Também recordou que os Estados Unidos não podem carregar sozinhos a economia mundial e pediu aos líderes do G20, no qual o Brasil está incluído, que trabalhem duro para reativar o crescimento após a crise econômica mais grave desde os anos 1930. Os anfitriões australianos, que pediram aos participantes que se chamem pelo nome para quebrar o gelo e organizaram um churrasco para facilitar os contatos, também desejam estimular a colaboração energética e estabelecer as bases para uma reforma das instituições de energia, o que poderia resultar na criação de uma agência energética mundial.
Putin, protagonista
Mas o grande protagonista da reunião é, sem dúvida, o presidente russo, Vladimir Putin, por seu papel na crise da Ucrânia, que despertou os piores fantasmas da Guerra Fria e redeu críticas sobre suas "ambições czaristas" e do regime soviético. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou na sexta-feira que a Rússia pode sofre mais sanções ocidentais se não aceitar um compromisso de solução para a crise da Ucrânia.
Putin e Cameron se reuniram neste sábado, à margem do G20, para tentar recompor os vínculos entre a Rússia e o Ocidente, segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. O porta-voz também citou "a adoção de medidas eficientes para resolver a crise na Ucrânia, que facilitem uma renúncia aos sentimentos beligerantes".
Abott criticou as demonstrações de força militar da Rússia e pediu a Putin que faça um "mea culpa" pela derrubada em território separatista do leste da Ucrânia de um avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo, sendo 38 australianos. Putin solicitou ao presidente francês, François Hollande, que "minimize os riscos e as consequências negativas" da tensão internacional para a relação entre os dois países.
A imprensa canadense informou que o primeiro-ministro Stefan Harper citou a questão ucraniana a Putin no momento do cumprimento. "Bem, imagino que tenha que apertar a sua mão, mas só tenho uma coisa a dizer: tem que sair da Ucrânia", teria afirmado, ao que o presidente russo não teria respondido de maneira positiva.
Ebola e o risco de crise alimentar
O G20 se comprometeu neste sábado a fazer o possível para erradicar a epidemia de Ebola. "Os membros do G20 se comprometem a fazer o que for necessário para que os esforços internacionais resultem na erradicação da epidemia, e enfrentar o custo econômico e humanitária a médio prazo", afirma um comunicado publicado no primeiro dia do encontro.
A epidemia de Ebola provocou mais de 5.000 mortes, em sua grande maioria na Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). "Vamos trabalhar por meio de cooperações bilaterais, regionais e multilaterais, assim como em colaboração com as organizações não governamentais", completa o comunicado, que não especifica valores financeiros.
A ONU e organizações como a Oxfam e a Save the Children alertaram para o risco de que a crise provocada pelo Ebola em países como Serra Leoa, Libéria e Guiné se transforme em uma crise alimentar.
Três pessoas foram detidas em manifestações de protesto por diversos motivos, como o desaparecimento de 43 estudantes no México, os direitos humanos no Tibete, o aquecimento global, o tráfico de órgãos na China ou o próprio G20.
De um lado estão os partidários das reformas estruturais e da austeridade, mas também existe a voz de defesa dos incentivos à demanda, com grandes investimentos em infraestruturas, estímulo ao comércio e a regulamentação do sistema financeiro. O G20 deseja ainda combater a fraude fiscal e fechar as brechas na legislação utilizadas por empresas para pagar o mínimo de impostos ou transferir a sede fiscal para um local mais favorável.
"Esperança e otimismo"
Apesar da situação no Oriente Médio, no leste da Europa e dos problemas na África ocidental, a mensagem que os líderes mundiais devem apresentar ao fim do encontro de dois dias é "esperança e otimismo", afirmou o primeiro-ministro australiano. "Sim, nosso mundo pode crescer e sim, nosso mundo pode criar os empregos que as pessoas querem", afirmou Abbott, apesar da experiência demonstrar que as boas intenções do G20 costumam ficar no papel.
Leia mais notícias em Mundo
O presidente americano, Barack Obama, fortalecido pelo acordo anunciado em Pequim durante a semana com a China, deseja incluir o meio ambiente no centro da agenda das economias do bloco, que juntas produzem quase 90% do PIB mundial e 84% das emissões poluentes. "Se China e Estados Unidos podem chegar a um acordo, o mundo também pode chegar a um acordo", disse Obama em um discurso na Universidade de Brisbane, durante o qual anunciou que Washington doará três bilhões de dólares ao fundo da ONU para o clima.
Também recordou que os Estados Unidos não podem carregar sozinhos a economia mundial e pediu aos líderes do G20, no qual o Brasil está incluído, que trabalhem duro para reativar o crescimento após a crise econômica mais grave desde os anos 1930. Os anfitriões australianos, que pediram aos participantes que se chamem pelo nome para quebrar o gelo e organizaram um churrasco para facilitar os contatos, também desejam estimular a colaboração energética e estabelecer as bases para uma reforma das instituições de energia, o que poderia resultar na criação de uma agência energética mundial.
Putin, protagonista
Mas o grande protagonista da reunião é, sem dúvida, o presidente russo, Vladimir Putin, por seu papel na crise da Ucrânia, que despertou os piores fantasmas da Guerra Fria e redeu críticas sobre suas "ambições czaristas" e do regime soviético. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou na sexta-feira que a Rússia pode sofre mais sanções ocidentais se não aceitar um compromisso de solução para a crise da Ucrânia.
Putin e Cameron se reuniram neste sábado, à margem do G20, para tentar recompor os vínculos entre a Rússia e o Ocidente, segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. O porta-voz também citou "a adoção de medidas eficientes para resolver a crise na Ucrânia, que facilitem uma renúncia aos sentimentos beligerantes".
Abott criticou as demonstrações de força militar da Rússia e pediu a Putin que faça um "mea culpa" pela derrubada em território separatista do leste da Ucrânia de um avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo, sendo 38 australianos. Putin solicitou ao presidente francês, François Hollande, que "minimize os riscos e as consequências negativas" da tensão internacional para a relação entre os dois países.
A imprensa canadense informou que o primeiro-ministro Stefan Harper citou a questão ucraniana a Putin no momento do cumprimento. "Bem, imagino que tenha que apertar a sua mão, mas só tenho uma coisa a dizer: tem que sair da Ucrânia", teria afirmado, ao que o presidente russo não teria respondido de maneira positiva.
Ebola e o risco de crise alimentar
O G20 se comprometeu neste sábado a fazer o possível para erradicar a epidemia de Ebola. "Os membros do G20 se comprometem a fazer o que for necessário para que os esforços internacionais resultem na erradicação da epidemia, e enfrentar o custo econômico e humanitária a médio prazo", afirma um comunicado publicado no primeiro dia do encontro.
A epidemia de Ebola provocou mais de 5.000 mortes, em sua grande maioria na Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). "Vamos trabalhar por meio de cooperações bilaterais, regionais e multilaterais, assim como em colaboração com as organizações não governamentais", completa o comunicado, que não especifica valores financeiros.
A ONU e organizações como a Oxfam e a Save the Children alertaram para o risco de que a crise provocada pelo Ebola em países como Serra Leoa, Libéria e Guiné se transforme em uma crise alimentar.
Três pessoas foram detidas em manifestações de protesto por diversos motivos, como o desaparecimento de 43 estudantes no México, os direitos humanos no Tibete, o aquecimento global, o tráfico de órgãos na China ou o próprio G20.