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China defende imprecisão de meta de emissões de gases estufa

Segundo especialistas, ao adotar esta meta ambígua, o país que mais polui no planeta manterá o direito de continuar aumentando suas emissões durante 16, 17 e 18 anos ou até mais

Pequim - O mais alto funcionário encarregado de assuntos climáticos na China defendeu, nesta sexta-feira (14/11), a meta imprecisa proposta esta semana por Pequim em relação aos cortes de emissões de gases do efeito estufa, estabelecendo sem muita exatidão a data limite "por volta de 2030".

Segundo especialistas, ao adotar esta meta ambígua, o país que mais polui no planeta manterá, segundo especialistas, o direito de continuar aumentando suas emissões durante 16, 17 e 18 anos ou até mais.

Contudo, em uma coletiva de imprensa realizada em Pequim, Xie Zhenhua atribuiu a flexibilidade da data escolhida às incógnitas que cercam o desenvolvimento econômico no país.

"É incerto o estado em que se encontrará nossa economia em 2030, portanto, devemos ser responsáveis e fixar objetivos que tenhamos a certeza de que poderemos alcançar", afirmou.

Os dois maiores poluidores do planeta, China e Estados Unidos, anunciaram na quarta-feira (12/11)um acordo "histórico" sobre novas metas para suas emissões de gases estufa, pressionados pela urgência em alcançar um acordo mundial na conferência sobre o clima, previsto para o final de 2015, em Paris.



[SAIBAMAIS]A China estabeleceu como meta atingir um teto de emissões até "por volta de 2030", mas com a intenção de alcançá-la antes. Até agora, o gigante asiático sempre mencionava "o mais cedo possível".

Já os EUA apresentaram a meta de reduzir suas emissões entre 26% e 28% até 2025, em comparação aos seus níveis de emissões em 2005. Estes anúncios foram feitos durante a visita do presidente americano, Barack Obama, a Pequim, onde foi recebido pelo colega chinês, Xi Jinping.