Como o senhor vê o papel de Mikhail Gorbachov nesse processo?Foi central. E eu acredito que, quando surgiram os primeiros sinais de dissolução da Alemanha Oriental, com a fuga dos cidadãos, tínhamos a glasnost na União Soviética, a política de reformas de Gorbachov. Na RDA, Honecker tentava continuar a levar o regime adiante como sempre, mas simplesmente não era mais possível porque as orientações políticas que vinham de Moscou eram outras. Gorbachov já tinha advertido publicamente o regime comunista alemão de que não poderia contar com a União Soviética para resolver a situação com medidas de força. Foi dada ao regime uma advertência clara de que a supressão do movimento de protesto pela via militar era inconcebível naquelas circunstâncias. Existe uma frase que Gorbachev teria dito a Honecker: ;A via pune os que se atrasam;. Não é certo se Gorbachov realmente a pronunciou, mas, para mim, isso é indiferente. O certo é que a frase ilustra bem qual era a atmosfera da época.
Como o senhor avalia os resultados desses 25 anos de reaproximação entre as duas Alemanhas?Certamente, existem áreas nas quais se pode melhorar, como na atividade econômica. Persistem diferenças, mas mesmo aí foi colocado em andamento um processo que se acelera. Muitos trabalhadores do leste que migraram para o oeste começaram a retornar para a região de origem nos últimos anos. No campo da infraestrutura, há casos nos quais a oriental hoje é melhor que a ocidental. Pontes e escolas foram reformadas. Ainda faltam autoestradas aqui e ali, mas acho que o processo de nivelamento avançou claramente.
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