Pequim - O presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, se encontraram neste domingo, em Pequim, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os dois países, especialmente no setor de recursos naturais - no décimo encontro dos líderes em menos de dois anos.
Os chefes de Estado têm uma crescente relação pessoal que reflete o aumento dos intercâmbios comerciais e os investimentos entre Rússia e China, que compartilham também interesses geopolíticos.
Durante a visita de Putin a Pequim, para participar da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que se inicia nesta segunda-feira, os dos países assinaram uma série de acordos que permitirão aumentar sua cooperação multimilionária em recursos naturais.
[SAIBAMAIS]"Juntos temos cuidado da árvore das relações sino-russas cuidadosamente", disse Xi a Putin na residência oficial para convidados de Diaoyutai, em Pequim. "Agora é hora de recolher os frutos", agregou.
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"Independentemente das trocas a nível global, nos manteremos no caminho eleito mutuamente para ampliar e reforçar nossa extensa e frutífera cooperação", afirmou.
As preocupações geopolíticas têm aproximado Rússia e China, entre elas o receio de Washington.
Os dois países votam igual no Conselho de Segurança da ONU, onde ambos dispõem de poder de veto, algumas vezes em oposição a seus sócios ocidentais, como no caso da Síria.
Putin declarou que a cooperação com Pequim é "muito importante para manter o mundo no marco da legislação internacional, para torná-lo mais estável, mais previsível".
"Temos feito muito neste sentido e estou certo de que continuaremos trabalhando da mesma maneira no futuro", disse.
Após uma década de negociações, os países assinaram em maio um gigantesco acordo de 400 bilhões de dólares para que a Rússia forneça gás à China durante trinta anos.
Neste domingo, o compromisso foi ampliado com a assinatura de um acordo entre a russa Rosneft e a chinesa CNPC para a aquisição de 10% de participação de uma empresa siberiana.
Os 21 membros da Apec representam 40% da população mundial, quase metade do comércio mundial e mais da metade o Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente norte-americano, Barack Obama, o russo Vladimir Putin, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, assim como os dirigentes dos três membros latino-americanos (Chile, México e Peru) devem ir a Pequim para participar do encontro.