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Ex-chefe de milícias congolesas é condenado por crime guerra

Entre as acusações contra o antigo "senhor da guerra" estão o estupro de dois menores, dois assassinatos e tortura de outras duas pessoas

Kinshasa - Um ex-chefe das milícias congolesas, promovido a general para facilitar a sua integração no exército, foi condenado nesta sexta-feira (7/11) a 10 anos de prisão por crimes de guerra na República Democrática do Congo (RDC).

O Supremo Tribunal Militar da RDC considerou que o general Jérôme Kakwavu foi pessoalmente culpado de crimes de guerra e também o acusou de "não tomar as medidas adequadas para prevenir e punir os crimes cometidos pelos homens sob seu comando".

Entre as acusações contra o antigo "senhor da guerra" estão o estupro de dois menores, dois assassinatos e tortura de outras duas pessoas. O Supremo Tribunal foi além do pedido do Ministério Público, solicitando oito anos de prisão.

Os fatos remontam a 2003-2004, quando Kakwavu dirigia as Forças Armadas Populares do Congo (FAPC), uma das muitas milícias que lutaram em Ituri entre 1999 e 2007, em um conflito étnico pelos recursos naturais nas províncias orientais de RDC.



O general Kakwavu é o primeiro general congolês condenado pela justiça de seu país por crimes de guerra desde a primeira guerra (1996-1997).

Promovido a general por decreto presidencial para marcar a aliança de sua milícia com o governo de Kinshasa, em dezembro de 2004, o militar não passou muito tempo em seu novo papel: no início de 2005 foi preso depois de viver por vários dias em um hotel na capital.