Washington - Mais de 600 militares americanos ficaram expostos a agentes químicos no Iraque desde 2003, afirmaram fontes do Departamento de Defesa, um número muito superior ao que o Pentágono havia reconhecido até agora.
A revelação foi feita pelo jornal New York Times, que informou em uma série de reportagens no último mês que militares americanos manipularam um arsenal de agentes químicos deteriorados. Os oficiais receberam pedidos para que permanecessem em silêncio sobre o que haviam encontrado.
O Pentágono não conseguiu identificar a escala dos casos de exposição a agentes químicos nem oferecer tratamento adequado aos soldados eventualmente feridos, segundo o NYT, que citou fontes do Departamento de Defesa.
Antes da invasão americana ao Iraque em 2003, o então presidente George W. Bush insistiu que o governo de Bagdá escondia armas de destruição em massa.
As forças dos Estados Unidos não encontraram provas da existência de um programa ativo deste tipo de armamento, mas encontraram sobras de reservas químicas antigas e inutilizáveis. Os soldados, no entanto, não haviam sido treinados para manipular o material, segundo o jornal.
O New York Times citou inicialmente 17 casos de militares americanos afetados pelo gás sarin ou o gás de mostarda. Outros oito casos foram revelados posteriormente.
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Mas uma nova investigação dos registros militares ordenada pelo secretário de Defesa, Chuck Hagel, encontrou centenas de casos de soldados que relataram acreditar que haviam sido expostos aos agentes, de acordo com o NYT.
Hagel determinou a realização de novos exames médicos nos soldados e veteranos afetados. Uma linha telefônica foi estabelecida para que as pessoas informem possíveis exposições e recebam orientação médica.