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Filha de marechal que conspirou contra Mao pede revisão histórica

Em plena Revolução Cultural (1966-76), Mao Tsé-tung, fundador do regime comunista, teria designado Lin Biao como sucessor em 1969

Pequim - A filha do marechal Lin Biao, o herdeiro político de Mao Tsé-tung acusado de conspirar contra o líder chinês e que morreu em um misterioso acidente aéreo, pediu que a China revele a verdade histórica.

Em plena Revolução Cultural (1966-76), Mao Tsé-tung, fundador do regime comunista, teria designado Lin Biao como sucessor em 1969. Dois anos mais tarde, em setembro de 1971, Biao foi acusado de ser um "conspirador contrarrevolucionário", depois de morrer quando tentava fugir para a União Soviética a bordo de um avião que caiu na Mongólia, segundo a versão oficial.

De acordo com informações disponibilizadas no site "China Red Tourism Network", a filha do chamado "marechal traidor", Lin Liheng, conhecida como Lin Dudu, fez uma rara aparição pública por ocasião de uma reunião de filhos de ex-militares chineses.

"A filha de Lin Biao pediu que os fatos históricos sejam integralmente respeitados", afirma o site, sem especificar se ela aludia explicitamente às circunstâncias da morte de seu pai.



Segundo alguns historiadores, foi Lin Dudu que teria revelado o complô de seu pai para matar Mao em uma viagem de trem. Seu irmão, Lin Liguo, e sua mãe, Ye Qun, também morreram no avião acidentado, segundo a versão oficial.

Vários "incidentes" registrados na história do regime chinês estão cercados de mistério e, às vezes, são alvo de versões oficiais suavizadas.