Bangui - Dezenas de civis foram massacrados nas últimas semanas na República Centro-Africana, afirmou nesta quarta-feira (5/11) a Anistia Internacional, que pede que a força da ONU adote "medidas mais firmes" para proteger a população.
"Apesar de uma nova missão de manutenção de paz das Nações Unidas (Minusca) no dia 15 de setembro, dezenas de civis, entre eles várias crianças, morreram e milhares tiveram que fugir nas últimas semanas", declarou a ONG em um comunicado.
No centro do país, as pessoas "pagam um preço alto, particularmente por causa do crescente conflito entre diferentes grupos armados", afirmou a Anistia Internacional.
Se enfrentam na República Centro-Africana a ex-guerrilha rebelde Seleka, de maioria muçulmana (no poder de março de 2013 a janeiro de 2014), as milícias anti-balaka, basicamente cristãs, e os nômades peuls, também muçulmanos.
"A situação é extremamente explosiva e perigosa e todas as partes envolvidas no conflito violentam sistematicamente os civis suspeitos de apoiar seus adversários", disse a Anistia.
Diversos testemunhos colhidos pela Anistia Internacional denunciam a extrema violência dos ataques contra os civis.
No dia 10 de outubro, um ataque dos Seleka em Dekoa (260 km a nordeste de Bangui, capital do país) resultou na morte de 14 pessoas, entre elas três mulheres e quatro crianças.
Outro ataque, este protagonizado pelos anti-balaka, ocorreu no início de outubro em Bambari (380 km a noroeste de Bangui). Na ocasião, sete muçulmanos foram esquartejados.
Milhares de pessoas têm fugido desse clima de terror, e a Minusca "deve tomar medidas mais firmes para proteger os civis", exigiu a Anistia.