Caracas - Os chamados "coletivos chavistas" rejeitaram nesta quarta-feira (5/11) sua inclusão no plano de desarmamento promovido pelo governo do presidente Nicolás Maduro, estimando que a medida deve ser aplicada apenas a grupos criminosos.
"Nos parece totalmente absurdo pedir a coletivos de trabalho revolucionário seu desarmamento no mesmo nível que se exige de uma quadrilha. Não! Não somos grupos criminosos, somos organizações revolucionárias", destaca um comunicado firmado por 260 coletivos, de todo o país.
"Nossa revolução é pacífica, mas não desarmada. Temos que desarmar os delinquentes", afirmou à AFP Jhonny Subera, membro do coletivo força comunal 4F.
O governo venezuelano lançou em setembro um plano nacional de desarmamento para incentivar a entrega de armas e reduzir a criminalidade no país, um dos mais violentos do mundo, segundo a ONU.
Os membros dos "coletivos" se definem como "trabalhadores e lutadores sociais", que entre suas funções têm o papel fundamental de defender a revolução, garantir a segurança nas ruas e manter o "legado" do finado presidente Hugo Chávez.
No mês passado, cinco membros dos "coletivos" morreram em um incidente registrado oficialmente como um confronto entre grupos armados e policiais, o que precedeu a demissão do ministro da Justiça, Miguel Rodríguez, criador do plano "Pátria Segura" contra a criminalidade.
"Se o plano Pátria Segura funciona, então por que motivo há tantas mortes no país" - desafiou Subera.