Washington - Os republicanos conquistaram a maioria no Congresso nas eleições legislativas de meio de mandato nos Estados Unidos, um resultado que deixa o presidente Barack Obama e os democratas diante da previsão de dois anos de convivência muito difícil.
As pesquisas de boca de urna mostravam um eleitorado desencantado: dois terços dos americanos consideram que o país está na direção equivocada e 79% desaprovam o trabalho do Congresso. Menos de um terço manifesta satisfação com o governo de Obama e um número similar com os líderes republicanos no Capitólio, segundo a CNN.
Agora todos esperam o que acontecerá com o novo Congresso, após quatro anos de uma batalha ideológica, mas McConnell destacou que provavelmente não promulgaria leis para demolir as bases da presidência de Obama, começando pelo sistema de saúde
Mas dentro do Partido Republicano, notoriamente dividido, é preciso aguardar para ver se os ultraconservadores do Tea Party, como o senador Ted Cruz, pretendem estender a mão aos democratas.
Voto latino
Quase 7,8 milhões dos 25,2 milhões de latinos teriam comparecido às urnas, um número recorde para a principal minoria do país, segundo o instituto Pew Hispanic. Mas os latinos não escondem as desilusões com as promessas não cumpridas, incluindo a reforma migratória.
"Sim, é tudo mentira e mentira. Acreditamos que iriam nos ajudar e resolver, mas não se lembram da gente após as eleições", disse à AFP Danmy Denis, de origem cubana, depois de votar em Miami.
Os americanos também votaram na terça-feira em dezenas de referendos, da liberação da maconha e da legalização do aborto, passando pelo salário mínimo.
A capital Washington aprovou a legalização da maconha, uma vitória simbólica que reforça a tendência a favor manifestada em outros estados do país, mas a Flórida rejeitou o uso da maconha para fins medicinais.