Lahore - O Paquistão reforçou a segurança nesta segunda-feira (3/11) nas grandes cidades, no dia seguinte a um ataque suicida em sua fronteira com a Índia durante uma procissão da minoria xiita, alvo de extremistas.
Pelo menos 55 pessoas morreram no ataque, o mais violento do ano, cometido domingo à noite, quando a multidão deixava o posto fronteiriço de Wagah, onde todos os dias acontecem celebrações nacionalistas com música e pequenas paradas militares de soldados indianos e paquistaneses.
Desde junho, o exército paquistanês realiza uma ofensiva contra os talibãs no noroeste. Desde então, mais de 1.100 insurgentes foram mortos, de acordo com as forças paquistanesas.
O ataque no domingo em Wagah foi cometido, aparentemente, em represália "ao apoio aos militares" manifestado por civis que frequentam cerimônias na fronteira, segundo o jornal Dawn.
As autoridades paquistanesas anunciaram que Wagah, principal passagem de fronteira entre a Índia e o Paquistão, permanecerá aberta nesta segunda-feira, mas que as cerimônias nacionalistas serão interrompidas por pelo menos três dias.
A polícia está "em estado de alerta" em todo o país e reforçou as tropas para proteger as procissões da Ashura, a recordação anual da morte do imã Hussein no ano 680 em Kerbala, no Iraque, um dos dos eventos mais importantes no calendário da minoria muçulmana xiita.
Nos últimos anos, grupos armados islâmicos sunitas atacaram procissões xiitas, que constituem cerca de 20% da população do Paquistão, um país muçulmano de mais de 180 milhões de habitantes.
Em Islamabad, a capital, e na cidade vizinha Rawalpindi 10 mil policiais, militares e paramilitares foram mobilizados para proteger as procissões
"Detectores de metal foram instalados nas entradas das procissões e é proibido estacionar um veículo perto das procissões", disse à AFP um porta-voz da polícia de Rawalpindi.